Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres passaram a viver tempo suficiente para experimentar diferentes mudanças em seus corpos, como o climatério. Este período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da vida da mulher é dividido em 3 estágios e, embora façam parte da mesma transição, podem causar sintomas diferentes.
Compreender cada uma destas fases do climatério é a melhor forma de conseguir apresentá-los aos profissionais de saúde, aumentando assim as chances para um tratamento adequado que contribua para amenizar os sintomas, melhorando a qualidade de vida da mulher ao longo do envelhecimento. Por isso, continue a leitura conosco para entender melhor o que é climatério, suas fases, sintomas e possíveis formas de tratamento!
Afinal, o que é climatério?
O climatério é definido como uma fase de evolução biológica na vida da mulher em que acontece a transição do seu período reprodutivo (ovulatório), para o não reprodutivo. Este período é caracterizado por alterações menstruais, físicas, ósseas, cardiovasculares e psicológicas que podem afetar o bem-estar e qualidade de vida da mulher, sem apresentar limites definidos de tempo para ocorrer.
O intervalo da transição menopausal, chamado de perimenopausa, é definido pelo início de sintomas climáticos até 12 meses depois do término das menstruações. Já a menopausa é definida como o término permanente das menstruações, quando a mulher não apresenta mais menstruação por mais de 12 meses.
Em geral, ela ocorre entre os 40 e 51 anos, sendo caracterizada como menopausa prematura antes dessa idade, e menopausa tardia após os 52 anos. A transição menopausal costuma durar em média cerca de 4 anos, variando para até 10 anos. Os sintomas e alterações fisiológicas deste período são causados pela falta de hormônio ovariano que inicia sua falência natural.
Segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), calcula-se que o Brasil apresenta aproximadamente 29 milhões de mulheres entre o climatério e a menopausa, totalizando 27,9% da população feminina no país.
O aumento da expectativa de vida da mulher permite que ela passe por períodos como a pós-menopausa. Isso porque, em 1940, a expectativa de vida da mulher no Brasil era de 44,9 anos, com muitas nem chegando até a menopausa.
Atualmente, a expectativa é de 78,6 anos, o que significa que a mulher viverá 28 anos após entrar na menopausa. Estes dados servem como alerta para que as mulheres cuidem cada vez mais de sua saúde, desfrutando de seus anos de vida com qualidade, mesmo durante o climatério e a menopausa.
Fases do climatério
Anteriormente, vimos que o climatério é um período dividido em três fases: perimenopausa (onde tudo começa), menopausa (o fim do tempo reprodutivo), e pós-menopausa. A seguir, conheça um pouco mais sobre cada uma delas.
Perimenopausa
A perimenopausa é o primeiro estágio do climatério, antecedendo a chegada da menopausa. Este período é onde as mudanças endocrinológicas, clínicas e biológicas se iniciam. Marcada por uma queda gradual do hormônio estrogênio, principal hormônio feminino produzido nos ovários, a perimenopausa causa nas mulheres a irregularidade menstrual.
Já em momentos mais avançados dessa fase, com o corpo produzindo cada vez menos o hormônio, outros sintomas começam a aparecer, incluindo ondas de calor, insônia, ganho de peso, ressecamento vaginal, queda na libido e mudanças no humor.
A perimenopausa pode ser iniciada em idades diferentes, variando de uma mulher para a outra. É possível notar sinais de progressão para a menopausa, por volta dos 40 anos. A duração média deste período é de 4 anos, contudo, em alguns casos esse período pode se estender e continuar por até 10 anos.
Menopausa
A menopausa é reconhecida quando a mulher apresenta ausência da menstruação por 12 meses consecutivos por motivos naturais, que não tenham relação à causa patológica ou fisiológica.
Nesta fase de climatério, a menstruação é cessada permanentemente, resultando na perda de atividade folicular ovariana. Nesta etapa, os ovários produzem tão pouco estrogênio que nenhum óvulo costuma ser liberado. A entrada no período da menopausa pode ser mais cedo que o normal para algumas mulheres (50 anos). Isso pode ser resultado de razões como:
- histórico familiar de menopausa precoce;
- tabagismo;
- histerectomia;
- ter se submetido a tratamento de câncer.
Pós-menopausa
A pós-menopausa é a etapa que acontece após o evento da menopausa. Neste período, os sintomas do climatério são os mesmos da menopausa, e podem permanecer ou se intensificar. Algumas mulheres podem continuar sentindo esses sintomas até 10 anos após a menopausa.
Nesta fase, é fundamental que as mulheres se mantenham saudáveis, pois são inúmeras as complicações de saúde que estão associadas a pós-menopausa. Um exemplo é a osteoporose, doença mais recorrente neste período.
Com a diminuição da densidade mineral e resistência óssea que ocorrem, principalmente, pela falta de estrogênio, as alterações podem aumentar o risco de fraturas. A osteoporose em mulheres na pós-menopausa é uma situação clínica que demanda atenção, visto que a incidência poderá aumentar com a elevação da taxa de expectativa de vida.
Por isso, é essencial que mulheres na pós-menopausa aumentem sua atenção para a saúde em geral, especialmente para a saúde óssea. Certamente alguns ajustes importantes nos hábitos de vida deverão ser realizados.
Qual a diferença entre climatério e menopausa?
Ainda que muitas vezes sejam utilizados como sinônimos, o climatério e a menopausa são situações diferentes. O climatério é o período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da mulher, em que ainda acontece a menstruação, mesmo que irregular.
Já a menopausa, tem como característica a ausência completa da menstruação. Este período é considerado apenas quando a mulher não apresenta nenhum ciclo menstrual por mais de 12 meses consecutivos.
Principais sintomas do climatério
O climatério é uma fase marcada pela diminuição progressiva do funcionamento de ovários, pela redução do hormônio estrogênio. Essas alterações nos níveis hormonais acabam provocando sintomas característicos do climatério. Conheça as mudanças que podem ser apresentadas durante este período.
Irregularidades no ciclo menstrual
Durante o climatério, o fluxo menstrual pode aumentar ou diminuir, com a duração de ciclos que podem se tornar mais longos ou mais cursos, e ainda a ausência desses ciclos durante o período.
Fogachos e climatério
Conhecido como calorão, o fogacho é um dos sintomas mais comuns relacionados ao climatério. Sem que se saiba a real causa, o fogacho apresenta variação de intensidade, duração e frequência. Muitas vezes podem ser seguidos de calafrios e, ainda que tenham intensidade leve, este sintoma pode interferir no sono, causando suores noturnos.
Dificuldades para dormir
A dificuldade para dormir é outro sintoma presente durante o período de climatério. Entre as causas, a principal delas é a presença dos suores noturnos, resultante dos episódios de fogachos.
Alterações no humor
É comum que mulheres no climatério relatem alterações no humor, vontade repentina de chorar, falta de energia, ansiedade, desânimo, falta de coragem e ataques de pânico. Parte dos sintomas podem ser causados pelas oscilações nos níveis hormonais, assim como também pela má qualidade de sono, provocada por fogachos.
Secura vaginal
Com a queda dos níveis de estrogênio, a diminuição na lubrificação e elasticidade da parede vaginal pode ocorrer, causando dores e desconforto na mulher durante as relações sexuais.
Além disso, a baixa quantidade do hormônio pode deixar a mulher mais vulnerável para infecções vaginais e também urinárias. A perda de elasticidade dos tecidos, também contribui para o início da incontinência urinária.
Diminuição da fertilidade
Devido à irregularidade na ovulação, a fertilidade da mulher acaba diminuindo de forma significativa. Contudo, enquanto houver ciclos menstruais, ainda que sejam irregulares, existe a possibilidade da gravidez. Por isso, para mulheres que se encaixam em perfis como este, é preciso prevenir a gestação até que a menstruação não aconteça por 12 meses consecutivos.
Alterações na libido
Assim como o desejo sexual, a libido pode sofrer alterações durante a fase de climatério. Entretanto, mulheres que já tinham uma vida sexual satisfatória costumam mantê-la durante este período e no decorrer da vida.
Perda de massa óssea
Com os baixos níveis de estrogênio, o organismo começa a perder massa óssea, motivo que aumenta os riscos para o desenvolvimento da osteoporose, doença que fragiliza e torna vulnerável os ossos, facilitando a ocorrência de fraturas.
Alterações em taxas de colesterol
A diminuição do estrogênio também provoca o aumento das taxas de colesterol no sangue da mulher que está no climatério, especialmente o LDL, conhecido como colesterol ruim. Isso pode aumentar os riscos para doenças cardiovasculares, como infartos e aterosclerose.
Doenças comuns durante o climatério
Como vimos, durante o período do climatério a mulher pode presenciar variadas transformações em seu corpo. Entre elas, a diminuição dos níveis de hormônio estrogênio, assim como outras condições, podem tornar algumas doenças mais comuns nesta fase.
Disfunções do trato urinário
Os problemas relacionados ao trato urinário não são condições relacionadas necessariamente a idade. Contudo, podem ser favorecidos pelo processo de envelhecimento.
Pela idade, o organismo perde a força muscular, incluindo a da musculatura pélvica, que é responsável pelo controle da urina. Além disso, a redução do estrogênio também contribui para o relaxamento do tônus muscular.
Os distúrbios do trato urinário, assim como a incontinência, podem causar impactos à rotina da mulher, assim como em sua vida social, pois geralmente compromete as atividades diárias, impedindo afazeres e, muitas vezes, o convívio social.
Atrofia das mucosas genitais
Com o baixo nível de estrogênio, a mulher sofre também com alterações em sua saúde íntima. Isso acontece, pois, grande parte apresenta algum grau de estreitamento, perda de lubrificação e fragilidade no tecido vaginal, causando impactos sobretudo em sua vida sexual.
Doenças cardiovasculares
Vimos que a redução do hormônio estrogênio pode afetar a metabolização do colesterol, assim como o triglicérides, aumentando os riscos da elevação do colesterol ruim e diminuição do colesterol bom no organismo.
Com isso, as chances de desenvolvimento de doenças como aterosclerose, infarto, AVE (acidente vascular encefálico) e elevação dos níveis de lipídios no sangue. A queda hormonal também pode levar a alterações de taxas de elementos relacionados ao processo de coagulação, elevando os riscos para o tromboembolismo.
Osteoporose
Com a alteração hormonal, a estrutura óssea pode ser afetada, afinal, tanto a testosterona quanto o estrogênio participam da maturação do tecido ósseo. Alguns estudos apontam o hormônio feminino como possível reparador ósseo e, por este motivo, sua falta no período de climatério pode causar degeneração, enfraquecimento e osteoporose.
Depressão
O motivo que correlaciona o climatério e a depressão ainda não é claro, visto que os dados muitas vezes são conflitantes a esse respeito. Alguns especialistas apontam que a maioria das taxas de distúrbios depressivos antecedem essa fase. No entanto, o índice tende a reduzir no final do climatério.
Outros indicam que a menopausa pode aumentar as taxas de depressão, sobretudo pelo avanço da idade, com possíveis causas como o impacto social no envelhecimento feminino. Além disso, a menopausa demarca a idade reprodutiva da mulher, por isso, pode causar sérios impactos em sua vida pessoal e na aceitabilidade na sociedade.
Com as mudanças fisiológicas que podem ter implicações na independência pessoal, afetiva e financeira, aliadas às alterações hormonais, o valor que a menopausa apresenta na sociedade pode acarretar maiores distúrbios emocionais e psicológicos.
Mudanças endócrinas
Assim como os níveis de colesterol, a queda de produção do hormônio feminino, associadas a outros fatores como ganho de peso e hábitos alimentares, pode favorecer o aparecimento de doenças como diabetes e hipertensão durante o climatério.
Disfunções sexuais
As disfunções sexuais também estão presentes durante o climatério. É comum ainda a associação da redução da atividade social à menopausa. Contudo, especialistas indicam que o fator determinante para afastar a mulher de sua vida sexual saudável é o preconceito e o tabu.
De maneira geral, a queda do estrogênio pode afetar a libido, desejo e resposta de estímulos. No entanto, a desinformação e o peso social diante da sexualidade feminina na terceira idade é o que incapacita a mulher de manter sua vida sexual ativa mesmo no climatério.
Tratamentos medicamentosos para o climatério
Os sintomas do climatério podem ser tratados por meio de terapia medicamentosa e não medicamentosa. Conheça abaixo, alternativas nos dois tipos de tratamento que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida da mulher neste período.
Terapia hormonal para o climatério
A reposição do hormônio estrogênio é um dos tratamentos medicamentosos mais eficientes para aliviar episódios de fogacho e suores noturnos, assim como prevenir a perda de massa óssea.
A terapia hormonal pode ser feita por meio de pílulas, adesivos, creme ou gel, e a recomendação da dosagem deve ser de acordo com a prescrição médica, dependendo do histórico familiar e pessoal da mulher.
Creme vaginal de estrogênio
O creme vaginal de estrogênio é uma forma de tratamento medicamentoso indicado para aliviar a secura vaginal, sendo administrado diretamente no canal vaginal, sempre com uso de acordo com prescrição médica.
Antidepressivos e climatério
Os antidepressivos podem ser utilizados para reduzir a presença de fogachos. Este tratamento é indicado para mulheres que, por algum motivo, não podem realizar a terapia hormonal.
Tratamentos não-medicamentosos para o climatério
Devemos lembrar que o climatério é uma fase natural do processo de envelhecimento da mulher. Por isso, escolher um estilo de vida que seja saudável é a melhor forma de prevenir o climatério, assim como tratar de seus sintomas. Veja como isso pode ser feito, a seguir.
Alivie o desconforto vaginal
Para mulheres que sofrem com a secura vaginal durante o climatério, a utilização de lubrificantes apropriados contribui para o alívio do desconforto durante as relações sexuais. Dessa forma, ao manter a vida sexual ativa, a mulher tem uma melhora do fluxo sanguíneo na região da vagina.
Mantenha uma dieta saudável
Com o aumento dos riscos de doenças cardiovasculares e osteoporose, é preciso manter uma alimentação saudável nesta etapa da vida. Dessa forma, a mulher deve adotar uma dieta que seja rica em fibras, cálcio, vegetais, frutas e pobre em gordura e carnes vermelhas. Além disso, é fundamental evitar o tabagismo, a cafeína e abuso de bebidas alcoólicas.
Pratique exercícios físicos
A prática regular de exercícios físicos ajuda na prevenção do ganho de peso, melhora a qualidade do sono, o humor e ajuda na densidade óssea, evitando fraturas. O ideal é realizar atividades por, pelo menos, 30 minutos diários, sempre com acompanhamento profissional.
Realize acompanhamento médico
Por ser natural na vida das mulheres que chegam à terceira idade, o climatério não tem cura. Dessa forma, para aliviar os sintomas e garantir qualidade de vida durante este período da vida, é preciso realizar acompanhamento médico, adotando medidas de tratamento que facilitem essa fase de transição para a menopausa. Isso pode ajudar a prevenir doenças e condições como a osteoporose, distúrbios metabólicos e problemas cardiovasculares.
No artigo de hoje você pôde conhecer melhor o climatério, fase pela qual todas as mulheres devem passar no processo de envelhecimento. Por isso, cuide da sua saúde e não deixe para procurar assistência médica somente quando os sintomas deste período estiverem sendo um grande incômodo!
Mantenha o bem-estar e sua qualidade de vida antes mesmo da chegada do climatério, agendando sua consulta com a Clínica Croce. Por meio do atendimento via telemedicina é possível ser atendido de qualquer lugar do Brasil, sem a necessidade de estar em São Paulo, cidade sede da clínica.