Você sabe o que causa a fibromialgia? Esse problema afeta pelo menos 10% dos pacientes que buscam uma clínica de reumatologia, e ainda é desconhecido por muitas pessoas. A doença atinge em sua maioria as mulheres (de cada 10 pacientes, 8 são mulheres), contudo, esse fator também não foi descoberto.
Ao que estudos indicam, o que causa a fibromialgia não está relacionado a hormônios, visto que a fibromialgia afeta as mulheres antes e depois da menopausa, entre 30 e 60 anos. Contudo, a doença também pode afetar crianças e adolescentes.
É muito importante compreender a doença, conhecer seus sintomas, formas de tratamento e entender o que causa a fibromialgia. Por isso, continue acompanhando a leitura conosco para saber mais sobre este assunto!
O que é fibromialgia?
Antes de saber o que causa a fibromialgia, é preciso entender a doença. A fibromialgia é uma síndrome clínica caracterizada pela dor e sensibilidade generalizadas. Além disso, há uma variedade de outros sintomas, que incluem: a fadiga, distúrbios do sono, ansiedade, depressão e disfunção cognitiva, como perda discreta de memória.
O que causa a fibromialgia de forma específica ainda não foi identificado, e a fisiopatologia da doença ainda é pouco clara. No entanto, aparenta ser um caminho final para diversas condições mecânicas e comportamentais.
A doença costuma aparecer ao longo da vida, geralmente no início da adolescência ou da idade adulta. Ainda sem cura aparente, a fibromialgia é variável, e inadequadamente definida.
Acredita-se que as crises da doença estejam relacionadas a gatilhos ambientais, psiquiátricos, e mesmo virais. Entre os gatilhos ambientais, estão inclusos traumas emocionais ou físicos, estresse crônico, até um possível histórico de abuso físico/sexual.
Os estressores psiquiátricos envolvem a depressão, ansiedade, somatização e hipocondria. Doenças agudas também estão postuladas como gatilho para a fibromialgia. Ainda que os sintomas de dor em tecidos moles afetam músculos, ligamentos e tendões, não existe evidência de inflamação em tais tecidos.
O que causa a fibromialgia?
O que causa a fibromialgia ainda não é conhecido especificamente. Contudo, alguns fatores já foram indicados como possíveis geradores desta síndrome. Estudos mais recentes apontam que pessoas que sofrem com a fibromialgia costumam apresentar sensibilidade maior à dor.
Seria como se o cérebro de portadores da síndrome estivesse com um tipo de sistema de nivelamento desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Dessa forma, nervos, medula e cérebro causam estímulos dolorosos com intensidade aumentada.
Muitas vezes, o que causa a fibromialgia pode estar relacionado a eventos graves na vida da pessoa, como traumas físicos, psicológicos ou infecções graves, visto que a doença tende a aparecer após situações como essas.
É comum que o quadro tenha início com dores localizadas crônicas, que progride envolvendo o corpo todo. Entretanto, em alguns casos, não se tem conhecimento sobre o que causa a fibromialgia.
Atualmente, a doença é conceituada como um distúrbio da sensibilização aumentada do sistema nervoso central e disfunções de sistemas descendentes que inibem a dor. Veja a seguir, alguns facilitadores que também estão relacionados ao que causa a fibromialgia.
Predisposição genética
Sabe-se que as pessoas com primeiro grau de parentesco com pacientes com fibromialgia apresentam 8 vezes mais chance de também desenvolver a síndrome. Não há documentação de nenhuma associação clara entre dor crônica generalizada e qualquer gene único.
Ao que se sabe, todos os genes envolvidos em vias metabólicas ou de sinalização da serotonina e catecolamina podem ser susceptíveis a fibromialgia. Além disso, um perfil subsequente em todo o genoma descobriu que os pacientes com a doença apresentam diferenças na expressão de 421 genes, sendo muitos deles importantes no processamento da dor.
Processo alterado no regulamento da dor no sistema nervoso central
Pessoas que sofrem com a fibromialgia apresentam o somatório temporal da dor ao nível de medula, espinhal e cérebro. Em outras palavras, a percepção da intensidade da dor é maior que o normal.
Nesses casos, os sistemas analgésicos endógenos parecem ser deficientes. Ocorre a incapacidade de inibir estímulos sensoriais irrelevantes após estímulos repetitivos e não dolorosos. Desse modo, a pessoa com fibromialgia percebe estímulos não dolorosos também como dor.
Mecanismos de dor periférica
Os mecanismos de dor periférica se sobrepõem aos sintomas da fibromialgia. Em pessoas com a síndrome, os geradores de dor periférica tem origem músculo-nervo-esquelética-articular, como pontos-gatilho, miofasciais, neuropatias, tendinopatias e osteoartrite. Além disso, a fibromialgia é mais comum em pessoas com doenças reumáticas sistêmicas, lombalgia crônica e síndrome da dor regional complexa.
Sono, humor e cognição
Através de estudos de imagem cerebral de ressonância nuclear magnética funcional, constatou-se que o sono, humor e distúrbios cognitivos estão relacionados com a gravidade da dor na fibromialgia.
Como diagnosticar fibromialgia?
Por não conhecer a doença ou desconhecer o que causa a fibromialgia, muitos pacientes convivem com os sintomas durante anos até que seu diagnóstico seja realizado. Durante a investigação, o indivíduo costuma realizar diversos exames e consultas com diferentes especialistas, até encontrar o correto para identificar e tratar a síndrome, como o reumatologista.
Realizado através de avaliação clínica, o diagnóstico é definido pelo médico com a ajuda de exames complementares, que possam descartar outras doenças que apresentam os mesmos sinais e sintomas, como hipotireoidismo, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e outras desordens inflamatórias e autoimunes.
Contudo, um dos grandes desafios para o profissional é identificar a fibromialgia em conjunto com outras doenças que podem causar dores difusas, como a osteoartrite, artrite reumatoide e polimialgia reumática. Por isso, é muito importante procurar atendimento em uma clínica de reumatologia conceituada, com profissionais capacitados.
Como saber se tenho fibromialgia?
Para saber se você tem fibromialgia, é muito importante observar os sintomas. Dores generalizadas com duração de mais de três meses são os primeiros sintomas da doença, e devem ser encaradas como sinal de avaliação médica.
Normalmente, os pacientes sentem fortes dores em articulações e todo o corpo, associada frequentemente a cansaço, sono não reparador e alterações de humor. Além das dores e cansaço excessivo, quando a falta de energia e sono durante o dia está presente é hora de procurar um profissional. Afinal, a síndrome pode atrapalhar a realização de tarefas rotineiras, influenciando no trabalho e também atividades diárias, o que pode resultar em um quadro depressivo.
Sintomas da fibromialgia
A fibromialgia apresenta como principal sintoma a dor difusa, que pode envolver músculos, ligamentos e tendões. Em muitos casos, a pessoa refere a sensação de articulações inchadas. Não existem sinais clínicos de artrite nas articulações doloridas, visto que o inchaço é apenas uma sensação, já que o edema não é comprovado no exame físico.
As dores são constantes e podem piorar ao toque. Seus sintomas podem ser resumidos como a sensação de uma forte gripe que não passa, causando dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça e falta de energia.
Além da dor difusa, o cansaço é outro sintoma que está presente no paciente com fibromialgia. A fadiga é mais forte no período da manhã, logo que a pessoa acorda. No entanto, também pode ser bastante incômodo no final da tarde.
O cansaço matinal acontece mesmo que o indivíduo tenha dormido mais de 10 horas durante a noite. Isso porque a sensação é de um sono não revitalizante, o que se confirma por uma das características da fibromialgia, que é o sono leve. As pessoas costumam acordar com mais frequência durante a madrugada e apresentam dificuldade em voltar a dormir.
Algumas pesquisas afirmam que esses pacientes não conseguem se manter no estágio 4 do sono, ou seja, o do sono profundo, conhecido também como sono restaurador.
A pessoa com fibromialgia passa o dia todo sentindo falta de energia, com a sensação de corpo pesado e dificuldade para se concentrar. Por isso, é comum que a síndrome seja associada à fadiga crônica.
Outro sintoma comum é a dor de cabeça do tipo enxaqueca, ou cefaleia tensional, que acometem mais de 50% dos pacientes com a doença. Os pacientes podem apresentar ainda uma variedade de sintomas que não são compreendidos, como:
- Dor abdominal;
- Dor no peito;
- Sintomas sugestivos de síndrome do intestino irritável;
- Dor pélvica;
- Sintomas urinários, como ardência para urinar e necessidade de ir ao banheiro com frequência;
- Problemas de memória;
- Olhos secos;
- Palpitações;
- Tonturas;
- Formigamentos;
- Flutuações constantes de peso;
- Perda da libido;
- Intensas cólicas menstruais;
- Alterações de humor;
- Dor musculoesquelética difusa por todo o corpo;
- Baixa capacidade de concentração;
- Depressão;
- Ansiedade.
A associação entre a fibromialgia, a depressão e distúrbios de ansiedade é comum. Uma média de 70% dos pacientes com fibromialgia vão desenvolver um destes dois distúrbios ao longo da vida.
Por isso, ainda que não se saiba o que causa a fibromialgia, é importante compreender que a doença pode causar diversos sintomas incapacitantes quando não tratada. Sem um diagnóstico e terapia adequada, os pacientes com fibromialgia costumam ter uma qualidade de vida muito ruim, com prejuízos à saúde, vida social, profissional e familiar.
Como tratar fibromialgia?
O tratamento da fibromialgia deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, com reumatologista, fisioterapeuta e psicólogo ou psiquiatra. É necessário entender a doença, eliminando pensamentos negativos relacionados à síndrome, que muitas vezes são causados por seus sintomas.
Ainda que não tenha cura, o tratamento da fibromialgia a longo prazo apresenta grande melhora dos seus sintomas, permitindo que o paciente consiga manter uma vida ativa e com qualidade.
É preciso entender que não existe uma cura fácil ou tratamento rápido para fibromialgia. Portanto, é importante evitar tratamentos que prometem melhoras imediatas. Doenças como a fibromialgia devem ser acompanhadas e avaliadas com frequência, permitindo entender quais são as terapias mais indicadas para cada caso.
Ainda que o indivíduo se sinta constantemente cansado, manter-se apático ao longo do dia tende a piorar os sintomas. O sedentarismo é um grande agravante de sintomas no caso da fibromialgia.
Por esse motivo, os exercícios físicos e aeróbicos são indicados para melhorar a qualidade de vida, diminuindo a intensidade das dores e a sensação de cansaço. Ainda que possa ser um grande desafio, o paciente deve ter forças para sair da inércia e vencer a indisposição inicial.
Alguns estudos mostram que a prática de Yoga, associada à meditação, são tão eficazes quanto os exercícios aeróbicos. Elas contribuem aliviando o cansaço, dores, qualidade de sono e controlando a ansiedade. Também é importante evitar álcool, cigarros e cafeína.
Medicamentos
Atualmente, uma grande variedade de medicamentos têm sido usados para controlar os sintomas da fibromialgia. Entre os mais eficazes, que apresentam grande contribuição para o paciente, estão os de ação no sistema nervoso central, como os antidepressivos e drogas anticonvulsivantes.
Por outro lado, os remédios que agem exclusivamente na dor, como anti-inflamatórios e analgésicos, são menos eficazes às crises da fibromialgia. Contudo, os analgésicos podem ser usados em conjunto aos antidepressivos, para potencializar seus efeitos contra a dor. Alguns dos medicamentos mais indicados no tratamento da fibromialgia, são:
- Fluoxetina;
- Paroxetina;
- Ciclobenzaprina;
- Amitriptilina;
- Gabapentina;
- Pregabalina.
Os medicamentos de última geração que têm mostrado grande efetividade no controle dos sintomas recentemente são a venlafaxina, duloxetina e milnaciprana. Ao realizar o diagnóstico e seguir corretamente o tratamento a longo prazo, os pacientes que apresentam fibromialgia podem manter sua qualidade de vida com mínima interferência da doença em seu dia a dia.
Lembrando que estes medicamentos devem utilizados apenas com indicação e receita médica, não sendo recomendada a automedicação.
O que é bom para fibromialgia?
Mantenha uma rotina saudável
Procurar atendimento com um reumatologista, receber o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado para a fibromialgia são passos muito importantes para restaurar a saúde. Contudo, existem outras ações que, quando associadas ao tratamento, contribuem para melhorar a qualidade de vida. Confira.
Considerando que a fibromialgia afeta a energia do corpo, com dores em articulações e músculos, ter hábitos mais saudáveis ajuda a enfrentar a doença melhorando seu bem-estar.
Manter uma dieta balanceada é uma das recomendações para preservar os nutrientes dos alimentos e reter mais energia para o corpo. Ainda que não pareça estimulante, o exercício físico é um dos grandes aliados para tratar a fibromialgia.
Comece por exercícios simples e de baixa densidade, como caminhadas, yoga e pilates. Essas práticas contribuem para estimular os músculos e reduzir as dores. Além disso, evitar o consumo de cafeína, álcool e cigarros contribui com a melhora dos sintomas.
Tenha um bom sono
Por ser afetado pela fibromialgia, o sono deve ter cuidados especiais. Pessoas que convivem com a síndrome devem se esforçar para manter bons hábitos de sono. Ou seja, dormir sempre no mesmo horário, descansar por pelo menos 8 horas por noite, evitar alimentos que sejam calóricos e energéticos antes ou próximo do horário de dormir, livrar-se de distrações como televisão e celular, e afins.
Ao imprimir mais qualidade nesse processo, as chances de conseguir um sono reparador são maiores, evitando a sensação de cansaço ao acordar e ao longo de todo o dia. Em alguns casos, o reumatologista pode recomendar uso de medicamentos que aliviam a dor e facilitam o sono.
Terapias para relaxamento
Além dos exercícios físicos, alimentação adequada e rotina para dormir, existem algumas técnicas específicas para que a pessoa com fibromialgia possa liberar a tensão muscular.
Alguns exemplos são a fisioterapia, hidroterapia, massagem e acupuntura. Para realizá-las, é necessário a indicação do médico, visto que ele saberá avaliar qual a terapia mais indicada para cada ocasião.
A saúde mental também deve ser tratada, afinal, ela não só é afetada pela fibromialgia como é um agravante dela. Por isso, uma boa ideia é incluir psicoterapias comportamentais e técnicas de meditação, acalmando a mente, e ensinando o corpo a lidar com os sintomas.
Quem tem fibromialgia pode engravidar?
Uma dúvida comum entre mulheres no início da idade adulta é em relação à gravidez e a fibromialgia. Existe uma evidência escassa de que a síndrome pode interferir com a possibilidade da gestação.
Entretanto, enquanto a mulher não se sente debilitada por completo com dor da fibromialgia, são poucas as razões para não considerar ter filhos. A maior preocupação é considerar a capacidade do corpo da mulher emocionalmente, mentalmente e fisicamente pronto para enfrentar o esforço exigido de uma gestação Da mesma forma, as responsabilidades associados em ter um bebê.
Ainda que possa parecer difícil conviver com a síndrome, principalmente quando não se sabe ao certo o que causa a fibromialgia, quando diagnosticada e tratada por profissionais adequados, os sintomas podem ser minimizados, permitindo que o paciente que convive com a doença tenha bem-estar e qualidade de vida.
Se você tem fibromialgia ou suspeita que possa ter, é importante consultar-se com um especialista. Para isso, faça já seu agendamento conosco! Ainda que a Clínica Croce esteja localizada em São Paulo, por meio da telemedicina você pode ser atendido em qualquer lugar, de forma online!