A hipertensão arterial é uma doença que apresenta grandes riscos para a saúde. Atualmente, essa condição atinge 25% da população adulta brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão.
A pressão alta, como é popularmente conhecida, pode causar problemas graves de saúde, como doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência renal. Por isso, é muito importante conhecer melhor as causas da hipertensão arterial, assim, formas de tratamento e como evitá-la. Para isso, continue a leitura conosco!
O que é hipertensão arterial
A hipertensão arterial é caracterizada pela elevação na pressão arterial sistólica (instante em que acontece a contração o coração) maior ou igual o valor de 140 mmHg (milímetros de mercúrio), e diastólica (momento da dilatação do coração) maior ou igual a 90 mmHg.
Dessa forma, quando a pressão é aferida e apresenta valor maior ou igual a 14/9 mmHg, é considerada a hipertensão arterial.
De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a hipertensão arterial afeta uma em cada 4 pessoas no Brasil. Além disso, está presente na vida de 5% das crianças. Contudo, a hipertensão arterial está mais presente na população acima de 60 anos, afetando cerca de 50% dos idosos.
A doença é responsável por 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC), 40% dos infartos e 25% da insuficiência renal. Ao atingir rins, coração, cérebro e vasos sanguíneos, a hipertensão arterial afeta a longo prazo esses vasos causando o endurecimento, estreitamento e até mesmo seu rompimento.
O que é hipertensão arterial resistente
O termo hipertensão arterial resistente foi criado em 1960, para identificar pacientes que apresentavam dificuldade no tratamento da doença. Nestes casos, a pessoa não apresenta êxito no controle da pressão, mesmo utilizando 3 ou mais medicamentos anti-hipertensivos, incluindo diuréticos.
Atualmente, o critério de classificação de hipertensão arterial resistente é definido da seguinte forma: quando o paciente não tem a pressão controlada com 3 medicações ou então passou a utilizar 4 drogas, ou mais.
Hipertensão na gestação
A hipertensão arterial pode aparecer durante o período de gestação ou ser uma característica já adquirida pela mãe. Em ambos os casos, a doença pode apresentar diversos riscos para a vida da gestante e também do bebê. Afinal, a pressão altera o fluxo de sangue na placenta, resultando em inúmeros transtornos que podem causar graves complicações, como a diminuição de oxigênio para o bebê.
A mãe também corre sérios riscos, visto que o quadro pode evoluir para a eclâmpsia, doença que pode provocar convulsões no momento do parto. Dessa forma, é fundamental que a gestante tenha um pré-natal de qualidade, acompanhando suas taxas arteriais.
O que causa hipertensão arterial
Para entender as causas da hipertensão arterial temos que conhecer suas classificações: primária e secundária. Assim, poderemos compreender melhor os fatores causadores da doença em nosso organismo.
Hipertensão arterial primária
A hipertensão primária era anteriormente chamada essencial. Nessa classificação, a causa do problema é desconhecida. Quase 95% das pessoas que sofrem com hipertensão têm o tipo primário, com alterações no coração e vasos sanguíneos que se associam e podem aumentar a pressão.
As razões para essas alterações não são totalmente conhecidas, contudo, acredita-se estarem envolvidas a uma anormalidade hereditária que pode afetar a construção das arteríolas (pequenas ramificações que resultam das artérias), mecanismos que ajudam no controle da pressão arterial.
Além disso, outras alterações podem ser o motivo do aumento da pressão arterial, como o acúmulo da quantidade excessiva de sódio nas células e a redução da produção das substâncias que dilatam as arteríolas.
Hipertensão arterial secundária
Quando a hipertensão tem causa conhecida é chamada secundária. Esse tipo representa cerca de 5% das pessoas hipertensas, sendo que a maior parte dessas pessoas têm a doença derivada por uma complicação renal.
Os distúrbios renais podem ser a causa da hipertensão secundária, pois, os rins são órgãos muito importantes para a sua regulação. Ao sofrer alguma lesão por inflamações ou outros distúrbios, os rins podem ter sua capacidade de remoção de sódio e água do corpo prejudicada, aumentando o volume de sangue no corpo e, consequentemente, a pressão arterial.
Além disso, doenças como a estenose da artéria renal (estreitamento da artéria que irriga o rim), infecção renal, glomerulonefrite, tumores renais e outras podem provocar a hipertensão arterial. A hipertensão secundária pode ser causada também por distúrbios hormonais e uso de medicamentos. Entre os distúrbios causados por hormônios estão:
- hiperaldosteronismo (produção de aldosterona em excesso devido a tumor benigno em glândulas adrenais);
- síndrome de Cushing (doença em que ocorre altos níveis de cortisol);
- hipertireoidismo (hiperatividade da glândula tireoide);
- feocromocitoma (tumor na glândula adrenal produtora de hormônios epinefrina e norepinefrina).
Já entre as substâncias, drogas ou medicamentos que causam ou agravam o quadro de hipertensão arterial estão o álcool usado em quantidades abusivas, cocaína, anti-inflamatórios não esteroides, corticosteroides, contraceptivos orais, e alguns descongestionantes presentes em antigripais.
Fatores de risco da hipertensão arterial
Entre os fatores que podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão arterial em pessoas com tendência hereditária para seu desenvolvimento, está a obesidade, estresse, sedentarismo, tabagismo, abuso de álcool e dieta com grandes quantidades de sódio. Da mesma forma, a apneia do sono é um distúrbio que pode agravar a hipertensão.
O estresse pode aumentar a pressão arterial temporariamente, no entanto, após a situação emocional, os níveis costumam retornar para o valor normal. Além disso, outros fatores podem ser agravantes para a hipertensão:
- idade;
- etnia;
- gênero;
- histórico familiar de doença cardiovascular;
- diabetes;
- altos níveis de colesterol.
Sintomas da hipertensão arterial
A hipertensão arterial não apresenta sintomas na maioria das pessoas. No entanto, erroneamente alguns sintomas são amplamente atribuídos a hipertensão como dores de cabeça, tontura, fadiga, rubor facial e sangramento nasal.
Entretanto, quando não tratada, a hipertensão arterial de longa duração pode causar sintomas devido à lesão no cérebro, coração, olhos e rins. Entre eles, estão a inquietação, falta de ar, náusea e vômito.
Além disso, a hipertensão grave pode causar o inchaço do cérebro, provocando além de fortes dores na cabeça e vômito, sonolência, confusão, convulsão e até coma. Pode também aumentar a carga de trabalho do coração, causando dores torácicas e falta de ar.
Complicações da hipertensão arterial
A hipertensão arterial quando não tratada pode causar danos ao coração e vasos sanguíneos, aumentando riscos para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, demência vascular, insuficiência renal e ataque cardíaco. Caso seja prolongada, o coração pode, com o tempo, aumentar seu tamanho, tornando suas paredes mais espessas a fim de trabalhar com mais força para bombear o sangue.
Por serem mais rígidas que o normal, às paredes espessas não permitem que as câmaras do coração se expandam, impedindo que o mesmo se encha de sangue com eficiência e causando déficit em seu trabalho ao aumentar a carga. Além desse espessamento dos vasos, a hipertensão torna propenso o desenvolvimento do enrijecimento das artérias, chamado aterosclerose.
Como diagnosticar hipertensão arterial
O diagnóstico da hipertensão arterial é realizado por meio da aferição da pressão arterial. A maneira mais comum é durante a consulta médica. Além disso, a hipertensão pode ser diagnosticada pelo uso de aparelhos que realizam a medição por 24 horas (MAPA), indicados pelo médico quando existe a suspeita de oscilação da pressão.
O diagnóstico de hipertensão arterial deve ser realizado pelo cardiologista a partir dos sintomas, em conjunto com a avaliação do histórico pessoal e familiar, e pelo menos a verificação da pressão por 3 vezes, em 3 dias diferentes com intervalo de 1 semana entre as medições.
Além disso, o profissional pode solicitar a realização do MAPA, verificando as alterações na pressão e tentando identificar se existe algum fator nas atividades diárias que pode estar causando o aumento da pressão. Outros exames podem ser solicitados pelo médico, como exame de urina, exame de sangue, eletrocardiograma e ultrassom renal.
Como prevenir a hipertensão arterial
Embora não tenha cura, a hipertensão arterial pode ser controlada com o tratamento adequado. Da mesma forma, algumas mudanças na rotina podem contribuir para a melhora do quadro, além de evitar o surgimento da doença em pessoas que ainda não desenvolveram a síndrome. A seguir, confira como é possível prevenir a hipertensão arterial com hábitos saudáveis no dia a dia.
Faça exercícios
Além dos benefícios conhecidos, os exercícios físicos ajudam no controle da pressão arterial, reduzindo o peso corporal, uma das causas da hipertensão. As atividades mais indicadas são as aeróbicas. Por isso, é importante iniciar a prática devagar, com 30 a 45 minutos por dia, de 3 a 5 dias por semana.
Diminua o consumo do sal
O excesso de sal apresenta impacto direto na pressão arterial. Por isso, é preciso ter cuidado não só no uso durante o preparo de alimentos, mas também no consumo de conservas, alimentos embutidos, processados, refrigerantes, temperos prontos, e mais.
É importante dar preferência para alimentos naturais e saudáveis, como frutas, legumes, verduras, cereais e carnes magras.
Mantenha o peso ideal
O acúmulo de gordura abdominal apresenta ligação com a hipertensão, infarto e diabetes.
Por isso, é essencial cuidar da alimentação, assim como praticar exercícios para manter o peso ideal, evitando o sobrepeso e a obesidade.
Reduza o consumo de bebidas alcoólicas
Outra mudança que deve ser adotada para prevenir a hipertensão arterial é o consumo de bebidas alcoólicas em excesso. Portanto, é preciso diminuir ou mesmo eliminar o consumo de álcool.
Abandone o cigarro
A nicotina é um dos elementos responsáveis pela elevação da pressão. Além disso, o cigarro conta com inúmeras substâncias que afetam a saúde. Para prevenir a hipertensão arterial, deixar o cigarro de lado é fundamental.
Controle o estresse
O estresse é um dos responsáveis por desencadear diversas doenças, entre elas, a hipertensão arterial. Dessa forma, é necessário respeitar seus limites. Para isso, não pule os períodos de descanso, tenha um sono de qualidade, reserve um tempo para o lazer e cuide da saúde mental.
Tome sol
A vitamina D é sintetizada pela exposição à luz solar, e é responsável por ajudar no equilíbrio da circulação. Quando o organismo apresenta carência dessa substância, ocorre o aumento da pressão arterial, além de apresentar sintomas com tontura e transpiração em excesso.
Como baixar a hipertensão arterial
A hipertensão é uma doença que ainda não tem cura. Contudo, seu tratamento pode controlar os altos níveis de pressão, proporcionando saúde e qualidade de vida ao portador. O médico deve determinar o melhor método para o tratamento de cada um dos pacientes, de acordo com sua comorbidade. É importante ressaltar além do tratamento medicamentoso, uma mudança no estilo de vida deve ser realizada para que a hipertensão seja controlada, como:
- manter hábitos alimentares saudáveis;
- evitar o consumo excessivo de sal;
- manter o peso adequado;
- praticar exercícios físicos regularmente;
- evitar alimentos gordurosos;
- controlar diabetes e outras comorbidades;
- abandonar o tabagismo;
- evitar abuso de álcool.
Principais dúvidas sobre a hipertensão arterial
Apesar de ser uma doença muito comum entre os brasileiros, a hipertensão arterial ainda deixa muitas dúvidas, seja em pessoas que já sofrem com a doença ou entre aquelas que não apresentam elevação nos níveis de pressão. Por isso, separamos as principais dúvidas sobre o assunto, a seguir.
A hipertensão pode passar dos pais para os filhos?
Sim, é provável que um indivíduo cujos pais sejam hipertensos também desenvolva a doença. Afinal, ele está sob risco mais elevado em relação aos outros de se tornar hipertenso. Contudo, esse não é o único fator que contribui para o desenvolvimento da doença. Como vimos, os fatores de riscos vão além da hereditariedade.
Qual a relação do sal com a pressão alta?
Ainda que nem todos os mecanismos que causam a hipertensão arterial sejam conhecidos, um fator que está claramente associado a ele é a ingestão excessiva do sal de cozinha (cloreto de sódio).
Uma pessoa que mantém uma dieta com grande quantidade de sal tem maiores riscos de ter pressão alta, por isso, pessoas com hipertensão tem como recomendação o consumo controlado do sal nas refeições.
O remédio para hipertensão deve ser tomado somente quando a pressão está alta?
Os medicamentos desenvolvidos para o controle da hipertensão arterial são de uso contínuo, ou seja, devem ser tomados sempre, a fim de manter a pressão arterial dentro dos níveis adequados.
Ao perceber alterações, efeitos adversos ou diferentes situações, o indivíduo deverá levá-los ao médico para que sejam feitas avaliações adequadas e ajustes pertinentes segundo a dosagem da medicação.
Tenho que tomar remédio a vida toda?
Uma das formas de prevenir a hipertensão ou mesmo tratá-la é mudando o estilo de vida. Manter-se saudável, como hábitos que envolvam refeições equilibradas, exercícios físicos e relaxamento mental ajuda a diminuir as chances de precisar fazer uso de medicamentos para o controle da pressão.
No entanto, caso o indivíduo já faça o uso, é preciso conversar com o médico a fim de compreender se, com a adoção de uma vida mais saudável, as dosagens podem ser diminuídas com o tempo.
É possível tratar a hipertensão arterial sem medicamentos?
Como vimos, uma parte das pessoas pode controlar a hipertensão apenas com a mudança de hábitos, desenvolvendo uma rotina mais saudável e adotando um estilo de vida mais benéfico. Contudo, o médico é a pessoa certa para indicar qual tratamento é o mais adequado, afinal, cada indivíduo tem um caso diferente.
O que pode fazer a pressão subir?
A hipertensão arterial é uma doença formada por diversos fatores. Podem contribuir para seu desenvolvimento o histórico familiar, sedentarismo, hábitos nocivos como tabagismo e abuso de álcool, obesidade e ingestão excessiva de sal. Além disso, a hipertensão pode acontecer também como manifestação de outra doença sistêmica.
Na leitura de hoje você pôde conhecer um pouco mais sobre a hipertensão arterial, seus sintomas, formas de tratamento e como preveni-la. Por isso, não deixe sua saúde de lado. Marque uma consulta e realize os exames necessários para garantir sua saúde e bem-estar.
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