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O que é a dislipidemia na infância? Entenda essa doença

dislipidemia na infância

Deixando de ser uma doença exclusiva de adultos e idosos, a dislipidemia na infância já atinge mais de 20% das crianças e adolescentes brasileiros, segundo o Ministério da Saúde.

Esse número assusta devido aos problemas que a doença pode causar na vida da criança também em sua fase adulta. A seguir, conheça melhor a dislipidemia na infância e entenda como ela pode ser tratada.

O que é dislipidemia?

A dislipidemia é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios na circulação sanguínea, ou seja: é o alto nível de gordura no sangue. Quando elevados, estes níveis podem formar placas de gordura que se acumulam nas artérias, podendo causar obstrução parcial ou mesmo total do fluxo de sangue que chega até o cérebro ou coração. A dislipidemia na infância pode ser manifestada pelos seguintes fatores:

  • Níveis elevados de  LDL (conhecido como colesterol ruim);
  • Níveis baixos de HDL (conhecido como colesterol bom);
  • Níveis elevados de triglicérides.

O que causa dislipidemia na infância?

A dislipidemia na infância é classificada em 2 grupos: dislipidemias primárias e dislipidemias secundárias. As primárias são causadas por alterações genéticas e fatores hereditários. Já as secundárias se desenvolvem a partir do uso de medicamentos, doenças crônicas e, principalmente, hábitos de vida nocivos.

Tipos de dislipidemia

Vimos que a dislipidemia na infância é dividida em 2 tipos: a primária e a secundária. A dislipidemia primária, por sua vez, se divide em 3 categorias, de acordo com os lipídios que sofrem alterações em seus níveis. São elas:

  • Hipercolesterolemia: hipercolesterolemia familiar (homozigótica ou heterozigótica), disbetalipoproteinemia, dislipidemia familiar combinada;
  • Hipertrigliceridemias: dislipidemia familiar combinada, hipertrigliceridemia familiar, disbetalipoproteinemia, hiperquilomicronemia familiar;
  • Hipolipidemia: abetalipoproteinemia, doença de Tangier, hipobetaproteinemia familiar, doença de retenção dos quilomícrons, deficiência da LCAT, hipoalfalipoproteinemia familiar, mutação inativadora PSCK9.

Já a dislipidemia secundária, pode ser causada por medicamentos, doenças crônicas e hábitos de vida prejudiciais. Entre os medicamentos que podem causar a doença em crianças e também adultos, estão os:

  • corticosteróides;
  • diuréticos tiazídicos;
  • isotretinoína;
  • antirretrovirais;
  • betabloqueadores;
  • ciclosporina;
  • contraceptivos orais hormonais;
  • esteróides anabolizantes.

Entre as doenças que podem causar o desenvolvimento da doença, podemos citar:

  • diabetes mellitus;
  • síndrome metabólica;
  • síndrome dos ovários policísticos;
  • obesidade;
  • deficiência de GH;
  • hipopituitarismo;
  • hipotireoidismo;
  • hipercortisolismo;
  • colestases;
  • cirrose biliar;
  • colangite esclerosante;
  • atresia biliar;
  • síndrome nefrótica;
  • síndrome hemolítico-urêmica;
  • doença renal crônica;
  • doença de Kawasaki;
  • lúpus eritematoso sistêmico;
  • artrite reumatoide, anorexia nervosa;
  • AIDS.

Entre os hábitos de vida que estão envolvidos com a causa da dislipidemia na infância estão práticas que comprometem a saúde da criança, como sedentarismo, má alimentação, abuso de alimentos ricos em gordura e açúcares, e mais.

Obesidade infantil e diabetes

Como as principais causas de dislipidemia na infância, a obesidade e diabetes podem prejudicar não só a vida da criança, mas também sua fase adulta, com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares causadas pela dislipidemia na infância. 

Além de levar determinantes genéticos, estes indivíduos costumam manter os erros nutricionais e sócio-culturais que desenvolvem e agravam mecanismos que geram o ganho excessivo de peso. 

Ainda que o tratamento medicamentoso não seja necessário na fase adulta, algumas medidas educacionais são fundamentais para a prevenção da evolução do quadro de obesidade.

As chances da criança com obesidade infantil se tornar um adulto obeso e desenvolver doenças consequentes a dislipidemia são altas, visto que a tendência ao excesso de peso pode estar relacionada a genética além dos hábitos alimentares e sedentarismo. Estudos na área afirmam que:

  • crianças com obesidade infantil no jardim de infância apresentam 4 vezes mais risco de chegar à 8ª série obesas;
  • 50% das crianças obesas com percentil do IMC acima de 95 durante o jardim de infância chegam à 8ª série obesas;
  • 70% das crianças obesas com percentil do IMC acima de 99 durante o jardim de infância chegam à 8ª série obesas;
  • 50% das crianças obesas com 6 anos que tem o pai obeso se tornam adultos obesos;
  • 80% das crianças obesas entre 10 e 14 anos com pai obeso se tornam adultos obesos;
  • 2/3 dos adolescentes com obesidade tornam-se adultos obesos.

Em pacientes com dislipidemia na infância, história familiar de obesidade, hipertensão arterial e diabetes, é importante que o endocrinologista pediatra ofereça atenção especial, visto que a obesidade na infância pode ser a primeira manifestação clínica de resistência à insulina, envolvida na gênese da síndrome metabólica manifestada no adulto.

O aumento de casos de diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes, é observado atualmente como um fenômeno mundial da vida moderna. Esse fato é associado ao sobrepeso e sedentarismo pelas facilidades relacionadas aos eletrônicos para atividades de lazer, como jogos de computador, além da elevação de oferta de alimentos industrializados, ultraprocessados e com baixo fator nutricional. Por esse motivo, controlar o desenvolvimento da obesidade é uma importante forma de prevenir a doença. 

A diabetes é uma doença crônica, que acontece quando o pâncreas não consegue produzir insulina de forma eficaz, ou quando o organismo não utiliza essa insulina da maneira correta, aumentando as quantidades de glicose no sangue.

O valor normal da glicose em jejum no sangue é de até 99mg/dL. Dessa forma, valores superiores a este podem indicar a presença de diabetes na infância. A doença se manifesta de duas formas. 

Uma delas é o diabetes tipo 1, mais comum na infância e adolescência. Normalmente, este tipo é causado por uma reação auto-imune, que leva a pouca ou nenhuma produção de insulina pelo pâncreas.

Já o diabetes tipo 2, ocorre quando o organismo não utiliza a insulina de maneira correta. Assim, não consegue manter os níveis de glicose dentro da normalidade. Este Tipo representa cerca de 90 a 95% dos casos de diabetes, sendo mais comum em adultos e principalmente em pessoas acima do peso. 

Antigamente, os casos de diabetes na infância eram comumente identificados como o tipo 1. Contudo, com o aumento da obesidade infantil no mundo nas últimas décadas, os casos de diabetes tipo 2 em crianças passaram a crescer também.

Uma das complicações mais comum em crianças com diabetes tipo 1 é a cetoacidose diabética, e pode ocorrer pela falta da aplicação da insulina, assim como circunstâncias sociais complicadas, depressão ou perturbações psiquiátricas. Os problemas psicossociais são comuns na diabetes na infância. 

Quase metade das crianças acabam desenvolvendo depressão, ansiedade ou outros problemas psicológicos. Distúrbios na alimentação são considerados problemas graves em adolescentes, visto que às vezes também pulam as doses da insulina como forma de controlar o peso. 

Os problemas psicossociais podem resultar no controle glicêmico inadequado, afetando assim a capacidade da criança aderir aos tratamentos dietéticos e/ou farmacológicos. Por isso,o tratamento muitas vezes precisa ser realizado com assistentes sociais e profissionais de saúde mental, ajudando a identificar e aliviar as causas psicossociais do controle glicêmico inadequado.

A diabetes na infância apresenta de forma rara as complicações vasculares. Contudo, alterações e anormalidades funcionais precoces podem estar presentes alguns anos depois do início da diabetes tipo 1. 

As complicações incluem nefropatia diabética, retinopatia e neuropatia, e são mais comuns em crianças com diabetes tipo 2 do que as do tipo 1. No tipo 2 podem estar presentes no diagnóstico ou início do curso da doença. Outras complicações que podem estar presentes são a doença coronariana, doença vascular periférica e acidente vascular encefálico.

Qual o risco da dislipidemia na infância?

A dislipidemia é um problema de saúde que merece atenção, pois está relacionada com o processo de aterosclerose. Isso aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, atualmente a maior causa de mortalidade na vida adulta. Apesar da morbidade e mortalidade das doenças cardiovasculares mais comuns em adultos, também pode estar presente entre as crianças.

Qual o tratamento para dislipidemia

A principal forma de tratamento da dislipidemia na infância é, sem dúvidas, a mudança no estilo de vida da criança. Por isso, é fundamental que ela tenha orientação nutricional, orientação para o aumento da atividade física e pequenas mudanças na rotina, inserindo hábitos que tragam inúmeros benefícios, e evitando aqueles que são nocivos à sua saúde.

Atividades físicas

A prática de atividade física deve ser recomendada, realizada regularmente, independentemente do perfil lipídico da criança. A prática de atividades contribui para aumentar a força, melhorar a performance cardiovascular, promover melhorias nos fatores de risco, como a obesidade, aumentar a flexibilidade, melhorar a sensibilidade periférica à insulina, os níveis de pressão arterial, e ainda promovem aumento dos níveis de HDL, ou seja, o colesterol bom.

Terapia Nutricional

A terapia nutricional deve estar associada às atividades físicas no novo estilo de vida da criança, visto que também tem impacto direto nos níveis de gordura no sangue e sendo determinante no risco cardiovascular. Desse modo, a dieta se torna um dos pilares mais importantes de todos os tratamentos.

Terapia medicamentosa

A terapia medicamentosa é utilizada somente em casos mais severos ou naqueles em que os resultados não são observados após, pelo menos, 6 meses de mudança de estilo de vida e alimentação. Além disso, na maioria das vezes o tratamento medicamentoso só é iniciado em crianças maiores de 10 anos. O tratamento, quando realizado, deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, que acompanha a criança em todos os âmbitos.

Qual o médico procurar para cuidar da dislipidemia na infância?

O endocrinologista pediatra é o profissional indicado para o tratamento da dislipidemia na infância. Esse profissional é especializado no diagnóstico e tratamento de distúrbios endocrinológicos durante a infância e adolescência, dedicando seu trabalho ao cuidado de pacientes que ainda não atingiram a vida adulta.

A endocrinologia pediátrica é um campo de atuação da pediatria voltado para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento das alterações hormonais no indivíduo desde seu nascimento até o fim da adolescência. 

Durante o período de crescimento, a criança apresenta alterações na produção hormonal que podem resultar no prejuízo de seu desenvolvimento metabólico do organismo. Por isso, o acompanhamento com um endocrinologista pediatra é fundamental para garantir a saúde e bem-estar de crianças e adolescentes. 

Os distúrbios endocrinológicos como a dislipidemia acometem pessoas de todas as idades. O que diferencia as alterações é a relação de crescimento e puberdade, visto que as doenças presentes em adultos diferem das que acometem crianças e adolescentes por este motivo. Além disso, o tratamento, a análise de exames e dosagens são diferentes.

O endocrinologista é o médico responsável pelo diagnóstico e tratamento de distúrbios relacionados ao sistema endócrino na infância e adolescência, cuidando do crescimento, tireoide, diabetes, distúrbios de diferenciação sexual, obesidade e alterações de metabolismo, como os níveis de gordura no sangue. 

Quando procurar um endocrinologista pediátrico?

São inúmeras as condições que levam os pais a buscarem atendimento com um endocrinologista pediátrico. Em geral, o pediatra requisita que a criança tenha acompanhamento de um especialista nessa área quando necessário, como é o caso da suspeita de dislipidemia na infância. Contudo, os pais e responsáveis também devem ter autonomia para procurar esse profissional quando for preciso.

Alguns sinais e sintomas podem ser avaliados e detectados de forma adequada por um profissional. Entretanto, ao saber quais são as alterações que exigem a atenção de um especialista, os pais e responsáveis podem contribuir para o diagnóstico precoce, assim como o melhor tratamento.

Entre as condições que podem levar a criança e adolescente a uma avaliação com um endocrinologista pediátrico estão o desaceleramento do crescimento, sobrepeso e obesidade (fatores de risco para dislipidemia na infância), sinais de puberdade precoce (antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos), sintomas como emagrecimento, aumento da frequência urinária e sede constante (compatíveis a diabetes 1), e fraturas ósseas que acontecem com frequência. Além disso, o especialista deve ser procurado para avaliação em casos como:

  • criança ou adolescente que apresentem baixa estatura;
  • criança ou adolescente com diagnóstico de diabetes;
  • criança ou adolescente com diagnóstico de obesidade;
  • criança ou adolescente com dislipidemia (índices elevados de colesterol);
  • alterações frequentes no peso;
  • alterações da tireoide;
  • alterações da puberdade;
  • criança ou adolescente com bócio, nódulo ou alteração de funções da tireoide;
  • criança ou adolescente com tumor cerebral com localização hipotalâmico hipofisária;
  • criança ou adolescente com raquitismo;
  • criança ou adolescente com dores, ou fraturas ósseas sem motivos aparentes;
  • adolescentes com distúrbios menstruais ou excesso de pelos;
  • meninos ou adolescentes com ginecomastia (crescimento de mamas fora do normal em meninos);
  • criança ou adolescente com alta estatura, com crescimento anormal acelerado;
  • crianças com desenvolvimento puberal precoce;
  • adolescente com desenvolvimento puberal tardio, sem sinais até 14 anos em meninos e 13 anos em meninas;
  • crianças ou adolescentes que nasceram pequenos para sua idade gestacional;
  • crianças ou adolescentes que tenham síndromes genéticas associadas a distúrbios do crescimento;
  • falta de identificação com o gênero de nascimento;
  • ambiguidade genital.

Clínica Croce de endocrinologia

Como vimos, o endocrinologista pediatra é o profissional responsável pelo diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas ao sistema endócrino em crianças e adolescentes. Ao perceber alterações como as citadas acima, é necessário que pais e responsáveis busquem auxílio de um especialista de confiança. Diante disso, é fundamental buscar uma clínica que possua experiência e credibilidade na endocrinologia pediátrica. 

Por isso, devemos apresentar a você a Clínica Croce. Desde nossa fundação em 1973, atuamos com o objetivo de oferecer atendimento humanizado, qualificado, moderno e eficiente a nossos pacientes.

Nossa dependência está localizada na zona oeste de São Paulo e oferece instalações e equipamentos de última geração, de modo a promover diagnóstico e tratamento de diversos tipos de condições, incluindo as endocrinológicas. Atuamos de forma multidisciplinar para prover diagnóstico e tratamento que envolva especialidades como: endocrinologia, otorrinolaringologia, alergia e imunologia, reumatologia e sistema imunológico. 

Um de nossos diferenciais está no uso das modernas infusões de medicamentos para tratamento de pacientes com doenças crônicas ou em casos mais complexos e graves. As infusões medicamentosas são vistas como o futuro da área médica e possibilitam tratar os pacientes de forma eficiente e humanizada em diversos tipos de patologias.

Além de todo o diferencial oferecido pela clínica, a Croce é parceira de diversos planos de saúde disponíveis no mercado, tais como Porto Seguro, Allianz, Careplus, Saúde Caixa, SulAmérica, Bradesco, Amil, Unimed, Petrobras, Mapfre Saúde e muitos outros.

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