O dia 26 de abril representa a data nacional de prevenção e combate à Hipertensão Arterial Sistêmica, doença que atinge mais de 31 milhões de brasileiros. A campanha é realizada anualmente para levar visibilidade em relação à doença que, apesar de atingir um número tão alto de pessoas, somente 10% desse valor cuida do fato de ser hipertenso.
Isso torna a hipertensão arterial sistêmica uma das principais causas de morte no Brasil, atingindo principalmente a população idoso acima de 65 anos. Muito comum entre adultos, a hipertensão precisa de cuidados específicos para evitar o desenvolvimento de doenças vasculares e outras complicações. Para entender melhor essa doença e conhecer tudo o que você precisa saber sobre ela, continue a leitura a seguir!
O que significa hipertensão arterial sistêmica?
A hipertensão arterial sistêmica também é conhecida popularmente por pressão alta, e é caracterizada pela elevação na pressão arterial sistólica (momento em que acontece contração) maior ou igual o valor de 140 mmHg (milímetros de mercúrio), e diastólica (momento da dilatação) maior ou igual a 90 mmHg. Dessa forma, caso a pressão seja aferida entre maior ou igual a 14/9 mmHg, considera-se hipertensão arterial sistêmica.
De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a hipertensão arterial sistêmica afeta uma em cada 4 pessoas no Brasil. Além disso, está presente na vida de 5% das crianças. No entanto, é na população acima de 60 anos que a hipertensão está mais presente, afetando aproximadamente 50% dos idosos.
A doença é responsável por 80% dos acidentes vasculares encefálicos (AVC), 40% dos infartos e 25% da insuficiência renal. Atingindo rins, coração, cérebro e vasos sanguíneos, a hipertensão arterial sistêmica afeta a longo prazo esses vasos causando o endurecimento, estreitamento e até mesmo seu rompimento.
Pressão alta na gravidez
A hipertensão arterial sistêmica pode aparecer durante o período de gestação ou ser uma característica já adquirida pela mãe. Em ambos os casos, a doença pode apresentar diversos riscos para a vida da gestante e também do bebê. Afinal, a pressão altera o fluxo de sangue na placenta, resultando em inúmeros transtornos que podem causar graves complicações, como a diminuição de oxigênio para o bebê.
A mãe também corre sérios riscos, visto que o quadro pode evoluir para a eclâmpsia, doença que pode provocar convulsões no momento do parto. Dessa forma, é fundamental que a gestante tenha um pré-natal de qualidade, acompanhando suas taxas arteriais.
Quais são as causas da doença?
Para entender as causas da hipertensão arterial sistêmica temos que conhecer suas classificações: primária e secundária. Assim, poderemos compreender melhor os fatores causadores da doença em nosso organismo.
Hipertensão arterial sistêmica primária
A hipertensão primária era anteriormente chamada de essencial. Nessa classificação, a causa do problema é desconhecida. Quase 95% das pessoas que sofrem com hipertensão têm o tipo primário, com alterações no coração e vasos sanguíneos que se associam e podem aumentar a pressão.
As razões para essas alterações não são totalmente conhecidas, contudo, acredita-se estarem envolvidas a uma anormalidade hereditária que pode afetar a construção das arteríolas (pequenas ramificações que resultam das artérias), mecanismos que ajudam no controle da pressão arterial.
Além disso, outras alterações podem ser o motivo do aumento da pressão arterial, como o acúmulo da quantidade excessiva de sódio nas células e a redução da produção das substâncias que dilatam as arteríolas.
Hipertensão arterial sistêmica secundária
Quando a hipertensão tem causa conhecida é chamada de secundária. Esse tipo representa cerca de 5% das pessoas hipertensas, sendo que a maior parte dessas pessoas têm a doença derivada por uma complicação renal.
Os distúrbios renais podem ser a causa da hipertensão secundária, pois, os rins são órgãos muito importantes para a sua regulação. Ao sofrer alguma lesão por inflamações ou outros distúrbios, os rins podem ter sua capacidade de remoção de sódio e água do corpo prejudicada, aumentando o volume de sangue no corpo e, consequentemente, a pressão arterial.
Além disso, doenças como a estenose da artéria renal (estreitamento da artéria que irriga o rim), infecção renal, glomerulonefrite, tumores renais e outras podem provocar a hipertensão arterial sistêmica. A hipertensão secundária pode ser causada também por distúrbios hormonais e uso de medicamentos. Entre os distúrbios causados por hormônios estão:
- hiperaldosteronismo (produção de aldosterona em excesso devido a tumor benigno em glândulas adrenais);
- síndrome de Cushing (doença em que ocorre altos níveis de cortisol);
- hipertireoidismo (hiperatividade da glândula tireoide);
- feocromocitoma (tumor na glândula adrenal produtora de hormônios epinefrina e norepinefrina).
Já entre as substâncias, drogas ou medicamentos que causam ou agravam o quadro de hipertensão arterial sistêmica estão o álcool usado em quantidades abusivas, cocaína, anti-inflamatórios não esteroides, corticosteroides, contraceptivos orais, e alguns descongestionantes presentes em antigripais.
Quais os fatores agravantes para a hipertensão?
Entre os fatores que podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica em pessoas com tendência hereditária para seu desenvolvimento estão, a obesidade, estresse, sedentarismo, tabagismo, abuso de álcool e dieta com grandes quantidades de sódio. Da mesma forma, a apneia do sono é um distúrbio que pode agravar a hipertensão.
O estresse pode aumentar a pressão arterial temporariamente, no entanto, após a situação emocional, os níveis costumam retornar para o valor normal. Além disso, outros fatores podem ser agravantes para a hipertensão:
- idade;
- etnia;
- gênero;
- histórico familiar de doença cardiovascular;
- diabetes;
- altos níveis de colesterol.
Quais são os sintomas da hipertensão arterial sistêmica?
A hipertensão arterial sistêmica não apresenta sintomas na maioria das pessoas. No entanto, erroneamente alguns sintomas são amplamente atribuídos a hipertensão como dores de cabeça, tontura, fadiga, rubor facial e sangramento nasal.
Entretanto, quando não tratada, a hipertensão arterial de longa duração pode causar sintomas devido à lesão no cérebro, coração, olhos e rins. Entre eles, estão a inquietação, falta de ar, náusea e vômito.
Além disso, a hipertensão grave pode causar o inchaço do cérebro, provocando além de fortes dores na cabeça e vômito, sonolência, confusão, convulsão e até coma. Pode também aumentar a carga de trabalho do coração, causando dores torácicas e falta de ar.
Complicações da hipertensão arterial
A hipertensão arterial sistêmica quando não tratada pode causar danos ao coração e vasos sanguíneos, aumentando riscos para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, demência vascular, insuficiência renal e ataque cardíaco. Caso seja prolongada, o coração pode, com o tempo, aumentar seu tamanho, tornando suas paredes mais espessas a fim de trabalhar com mais força para bombear o sangue.
Por serem mais rígidas que o normal, às paredes espessas não permitem que as câmaras do coração se expandam, impedindo que o mesmo se encha de sangue com eficiência e causando déficit em seu trabalho ao aumentar a carga. Além desse espessamento dos vasos, a hipertensão torna propenso o desenvolvimento do enrijecimento das artérias, chamado de aterosclerose.
O que é hipertensão arterial sistêmica com comorbidade?
Comorbidade é a junção de 2 ou mais doenças em um mesmo indivíduo. Ou seja, caso a pessoa tenha hipertensão arterial sistêmica e diabetes, ela terá patologias associadas, ou seja, comorbidades. A hipertensão com comorbidade significa ter pressão alta e ser também portador de outra doença.
Como é feito o diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica?
O diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica é realizado por meio da aferição da pressão arterial. A maneira mais comum é durante a consulta médica. Além disso, a hipertensão pode ser diagnosticada pelo uso de aparelhos que realizam a medição por 24 horas (MAPA), indicados pelo médico quando existe a suspeita de oscilação da pressão.
Como é o tratamento?
A hipertensão é uma doença que ainda não tem cura. Contudo, seu tratamento pode controlar os altos níveis de pressão, proporcionando saúde e qualidade de vida ao portador. O médico deve determinar o melhor método para o tratamento de cada um dos pacientes, de acordo com sua comorbidade. É importante ressaltar além do tratamento medicamentoso, uma mudança no estilo de vida deve ser realizada para que a hipertensão seja controlada, como:
- manter hábitos alimentares saudáveis;
- evitar o consumo excessivo de sal;
- manter o peso adequado;
- praticar exercícios físicos regularmente;
- evitar alimentos gordurosos;
- controlar diabetes e outras comorbidades;
- abandonar o tabagismo;
- evitar abuso de álcool.
Principais dúvidas sobre a hipertensão arterial sistêmica
Apesar de ser uma doença muito comum, a hipertensão arterial sistêmica ainda deixa muitas dúvidas em pessoas que não ainda não têm a doença e naquelas que são portadoras. Por isso, separamos as principais a seguir.
Quando posso considerar a pressão alta?
A hipertensão deve ser considerada quando, em repouso, o indivíduo apresentar pressão arterial acima de 130/80 mmHg ao medir mais de uma vez. É preciso que a aferição seja feita em diferentes momentos, excluindo fatores como, por exemplo, o estresse emocional passageiro.
O que pode fazer a pressão subir?
A hipertensão arterial sistêmica é uma doença formada por diversos fatores. Podem contribuir para seu desenvolvimento o histórico familiar, sedentarismo, hábitos nocivos como tabagismo e abuso de álcool, obesidade e ingestão excessiva de sal. Além disso, a hipertensão pode acontecer também como manifestação de outra doença sistêmica.
O álcool aumenta a pressão arterial?
Sim, a ingestão excessiva de álcool por períodos prolongados pode causar o aumento da pressão arterial. Por isso, o consumo de substâncias como essa deve ser realizado de forma moderada.
As mulheres sofrem mais com a hipertensão arterial?
Por ter como um dos seus fatores de risco o gênero, essa afirmação é correta. A hipertensão tem sua prevalência elevada em homens até os 50 anos. No entanto, após essa idade a situação é invertida. São as mulheres maiores de 50 anos as mais afetadas pela doença.
A etnia também tem um papel de influência nos casos de hipertensão. Nota-se que homens e mulheres negras são muito mais propensos a desenvolver a doença quando relacionados aos brancos.
A hipertensão pode passar dos pais para os filhos?
Sim, é provável que um indivíduo cujos pais sejam hipertensos também desenvolva a doença. Afinal, ele está sob risco mais elevado em relação aos outros de se tornar hipertenso. Contudo, esse não é o único fator que contribui para o desenvolvimento da doença. Como vimos, os fatores de riscos vão além da hereditariedade.
Como é possível descobrir a hipertensão?
Diferente do que muitos pensam, a hipertensão arterial sistêmica tem um comportamento silencioso ao longo de anos e até décadas. Sem sintomas, o diagnóstico dessa doença pode ser feito por meio do acompanhamento médico, com aferições frequentes da pressão arterial.
Qual a relação do sal com a pressão alta?
Ainda que nem todos os mecanismos que causam a hipertensão arterial sejam conhecidos, um fator que está claramente associado a ele é a ingestão excessiva do sal de cozinha (cloreto de sódio).
Uma pessoa que mantém uma dieta com grande quantidade de sal tem maiores riscos de ter pressão alta, por isso, pessoas com hipertensão tem como recomendação o consumo controlado do sal nas refeições.
O remédio para hipertensão deve ser tomado somente quando a pressão sobe?
Os medicamentos desenvolvidos para o controle da hipertensão arterial são de uso contínuo, ou seja, devem ser tomados sempre, a fim de manter a pressão arterial dentro dos níveis adequados.
Ao perceber alterações, efeitos adversos ou diferentes situações, o indivíduo deverá levá-los ao médico para que sejam feitas avaliações adequadas e ajustes pertinentes segundo a dosagem da medicação.
Tenho que tomar remédio a vida toda?
Uma das formas de prevenir a hipertensão ou mesmo tratá-la é mudando o estilo de vida. Manter-se saudável, como hábitos que envolvam refeições equilibradas, exercícios físicos e relaxamento mental ajuda a diminuir as chances de precisar fazer uso de medicamentos para o controle da pressão.
No entanto, caso o indivíduo já faça o uso, é preciso conversar com o médico a fim de compreender se, com a adoção de uma vida mais saudável, as dosagens podem ser diminuídas com o tempo.
É possível tratar a hipertensão sem medicamentos?
Como vimos, uma parte das pessoas pode controlar a hipertensão apenas com a mudança de hábitos, desenvolvendo uma rotina mais saudável e adotando um estilo de vida mais benéfico. Contudo, o médico é a pessoa certa para indicar qual tratamento é o mais adequado, afinal, cada indivíduo tem um caso diferente.
Hipertensão é uma doença exclusiva de pessoas idosas?
Não. Ainda que a hipertensão acabe atingindo em sua maioria os idosos, especialmente após os 60 anos, a pressão alta também pode estar presente na vida dos jovens, incluindo crianças.
Por que você deve saber se é hipertenso?
Saber se você é hipertenso é muito importante. Afinal, esse é um fator de risco para o desenvolvimento da aterosclerose, doença que pode ter complicações como infarto, AVE, doença ocular, aneurisma de aorta, doença renal crônica, entre outras.
Por esse motivo, é fundamental que você mantenha seus exames preventivos em dia, realizando consultas de rotina para evitar que uma doença silenciosa como a hipertensão se desenvolva de forma sorrateira, causando graves complicações no futuro.
No artigo de hoje você pôde conhecer um pouco mais sobre a hipertensão arterial sistêmica, doença que atinge boa parte dos brasileiros e torna-se ainda mais grave pelo fato de poucos estarem atentos para essa condição, negligenciando um diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Não deixe sua saúde de lado. Marque hoje mesmo um atendimento médico e realize os exames necessários para descobrir como está sua saúde.
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