Ainda que você não saiba o verdadeiro significado da palavra lombalgia, é muito provável que já tenha sofrido com ela. Afinal, este problema afeta mais de 80% da população no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Por esse motivo, estar informado sobre o assunto é a melhor maneira de prevenir que este tipo de transtorno possa ocasionar fortes dores e incômodos que comprometam suas atividades no dia a dia. Para explicar melhor o tema, desenvolvemos o post a seguir com tudo que você precisa conhecer sobre a lombalgia. Continue a leitura para não perder!
Afinal, o que é lombalgia?
A lombalgia é caracterizada pela forte dor que acomete as pessoas na região inferior da lombar. Em muitos casos, esse incômodo pode irradiar da região lombar para uma ou ambas nádegas, assim como para as pernas, sendo distribuída pelo nervo ciático. Neste caso é chamada de lombociatalgia.
A lombalgia pode ser caracterizada em aguda, com duração inferior a 3 semanas, subaguda e crônica, que dura mais do que 3 meses. Tratando-se de um problema extremamente comum, principalmente na vida dos brasileiros, é a segunda causa de consultas médicas gerais, perdendo somente para resfriados.
Entre 65% a 80% da população em todo o mundo desenvolve dores na coluna em algum momento de suas vidas. Contudo, a maioria das pessoas pode resolvê-la de forma espontânea.
Entre os que sofrem com a lombalgia, mais de 50% acaba melhorando após a primeira semana. Já 90% dessas pessoas tem sua melhora somente depois de 8 semanas, enquanto 5% continua a apresentar sintomas mesmo após 6 meses.
Ainda que parecidas, os tipos de lombalgia devem ser diferenciadas de uma simples dor nas costas, dessa maneira é possível realizar o tratamento adequado para sua melhora e alívio. Com as dores se concentrando principalmente na lombar, região mais baixa da coluna, a lombalgia pode se estender para coxas e glúteos.
Ocasionalmente a dor na lombar pode resultar de algum distúrbio que não está envolvido com o sistema muscular e esquelético. No entanto, em geral, é resultado de problemas nestes sistemas assim como na coluna vertebral, incluindo ossos, discos e ligamentos para sua sustentação.
Lombalgia Aguda
O caso da lombalgia aguda é muito frequente e pode ser definida como um “mal jeito” na coluna. Nesse grau do desconforto, a dor é forte na região lombar e pode durar menos de 3 semanas, aparecendo de forma repentina após um esforço físico.
Esse tipo de lombalgia é mais comum em pessoas mais jovens, e a causa de inflamações nas estruturas que formam a lombar são comumente pancadas durante atividades intensas ou mesmo esforço excessivo.
Lombalgia Subaguda
Já na lombalgia subaguda, também causadora de fortes dores na lombar, o desconforto pode durar de 1 até 3 meses. Como na fase aguda, pode apresentar melhora natural ao decorrer do tempo, desde que não existe repetição de atividades em postura viciosa ou sobrecarga física.
Lombalgia Crônica
Comum entre pessoas de mais idade, a lombalgia crônica provoca dores que podem durar um período superior a 3 meses. Entretanto, o motivo desse desconforto pode não ter apenas uma causa direta, estando ligado a fatores como estresse, tabagismo, falta de ergonomia no trabalho, e mais.
As causas da lombalgia
Por ser mais frequente em idosos, a lombalgia costuma acometer mais da metade das pessoas com mais de 60 anos, custando muito em termos de pagamento de planos de saúde, trabalhos perdidos e invalidez.
Nossa coluna vertebral é formada por ossos chamados vértebras. Entre cada uma dessas vértebras, estão camadas resistentes de fibrocartilagem, chamadas de disco. A união de vértebras e discos resultam em articulações que, por sua vez, são responsáveis pela estabilização da coluna, evitando desgaste e atrito.
Além disso, a caixa do tórax é formada por músculos abdominais que vão até a pélvis, auxiliando também a estabilização da coluna vertebral e proporcionando suporte abdominal. Da mesma forma, os músculos das nádegas ajudam nesse processo e, junto com os outros músculos citados, formam o tronco.
A coluna vertebral recobre nossa medula espinhal, estrutura que possui nervos que iniciam nas laterais dos espaços entre nossas vértebras e se conectam aos nervos de todo o corpo. Quando a raiz nervosa espinhal é comprimida por meio de alguma lesão na coluna vertebral ocasiona fortes dores, podendo ser um dos motivos da lombalgia. Além disso, outros fatores que podem influenciar nas dores lombares podem ser:
- distúrbios fora da coluna vertebral, como câncer ou síndromes pré-menstruais;
- distúrbios renais (cálculos);
- distúrbios urinários (infecções em rins, bexiga ou glândula prostática);
- distúrbios do trata digestivo (diverticulite);
- distúrbios em grandes artérias próximas da coluna;
- inflamações diversas;
- posições inadequadas durante a jornada de trabalho (falta de ergonomia);
- esforços repetitivos (LER e DORTs);
- excesso de peso;
- pequenos traumas;
- situações emocionais;
- sedentarismo associado a esforço muscular;
- hérnia de disco;
- artrose (desgaste da cartilagem protetora das articulações);
- osteoartrite;
- disco rompido;
- lesões em músculos ou ligamentos;
- fratura por compressão vertebral;
- espondilite anquilosante;
- fibromialgia;
- doença de Paget;
- gravidez ectópica;
- herpes zóster.
Entre as situações mais registradas da lombalgia, o erro na postura ao sentar, se abaixar, deitar, carregar algum peso, ou trabalhar durante longos períodos é o mais frequente e pode resultar em graves complicações para a coluna.
Visto que essas lesões podem ocorrer durante atividades rotineiras ou resultado de traumas e outros problemas, é com frequência que médicos não conseguem identificar uma estrutura específica que tenha sido afetada por exames de imagem.
Por isso, é fundamental buscar atendimento com profissionais experientes, que possam realizar um diagnóstico correto por meio de exame completo. Conheça a seguir, alguns dos fatores que mais causam a lombalgia.
Osteoartrite
A osteoartrite é uma doença degenerativa em que acontece o desgaste das articulações formando esporões ósseos. Com a deterioração dos discos entre as vértebras, esses espaços acabam por ficar mais estreitos, aumentando a pressão e causando inflamações que formam estes esporões. Além da dor lombar, a osteoartrite pode provocar a rigidez na região.
Fraturas vertebrais por compressão
As fraturas vertebrais são comumente desenvolvidas quando ocorre a diminuição da densidade óssea por meio da osteoporose, desenvolvendo-se conforme o envelhecer. Estas fraturas por compressão podem causar dores lombares repentina, sendo acompanhadas por dores crônicas devido a compressão das raízes nervosas espinhais.
Estenose lombar da coluna vertebral
A estenose lombar da coluna vertebral é o estreitamento do canal da medula. Este canal contendo a medula espinhal e feixe de nervos que se estendem para a região lombar percorre o centro da coluna.
É ele a maior causa de lombalgia em idosos. A estenose também pode se desenvolver em pessoas mais jovens, que nasceram com um canal medular um pouco mais estreito. Ela ainda pode ser provocada por doenças como espondilite anquilosante, espondilolistese, doença de Paget do osso, e outras.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma doença reumática que causa dor crônica e afeta diferentes partes do corpo, incluindo muitas vezes a região lombar. Por ser generalizada em músculos e tecidos moles, a fibromialgia atinge áreas distintas e, além de quase sempre provocar a lombalgia, causa outros incômodos como falta de qualidade no sono, fadiga e indisposição.
Sintomas da lombalgia
Por ser algo comum, a lombalgia muitas vezes não recebe a devida atenção, resultando em um alto número de pessoas com problemas e complicações que poderiam ter sido evitadas com um diagnóstico médico. Por isso, é essencial buscar atendimento assim que identificar dores como essa. Isso porque, as causas podem variar de uma pessoa para outra.
Somente um profissional poderá definir o motivo exato da lombalgia, indicando o tratamento adequado e melhorando a qualidade de vida do paciente. Afinal, alguns sintomas presentes em pessoas com dores lombares podem ser motivo de atenção, como:
- febre;
- perda de peso;
- dores intensas no período noturno;
- sintomas que sugerem aneurisma de aorta abdominal (palidez, sudorese, palpitação, dificuldade para respirar, perda da consciência);
- histórico de câncer;
- uso de medicamentos imunossupressores;
- uso de drogas injetáveis;
- cirurgias recentes;
- infecções por HIV ou AIDS;
- dormência ou fraqueza nas pernas;
- incontinência urinária;
- incontinência fecal;
- vômito;
- dores abdominais intensas;
- fezes escuras ou com presença de sangue;
- dificuldades para urinar;
- sangue na urina;
- contrações musculares;
- limitação dos movimentos dos quadris e pelve;
- dificuldades para dormir;
- ansiedade;
- incômodos para caminhar ou realizar atividades do dia a dia;
- depressão.
Grupo de risco
Outro grande motivo que está relacionado aos casos de lombalgia é a má postura, principalmente durante longas jornadas de trabalho, exercícios físicos ou atividades do dia a dia. Entre as pessoas que estão no grupo de risco para o desenvolvimento da lombalgia, estão:
- idosos;
- praticantes de exercícios físicos intensos;
- pessoas com obesidade;
- pessoas sedentárias;
- portadores de doenças reumatológicas;
- trabalhadores com longas jornadas na mesma posição;
- estudantes;
- portadores de doenças que envolvam o sistema musculoesquelético.
Dessa forma, é importante que tenhamos consciência e o devido cuidado quanto à postura ao realizar exercícios, atividades, trabalho e práticas esportivas. Pequenas atitudes, como utilizar os sapatos adequados, podem ajudar a melhorar o desconforto, visto que o impacto será amortecido. Além disso, para aqueles que apresentam doenças ósseas, reumatológicas ou outras que podem afetar a região lombar, cuidados redobrados são necessários.
Quando procurar um médico
Diante da lombalgia, as pessoas devem procurar atendimento médico assim que a dor apresentar forte intensidade ou tempo prolongado. Além disso, quando associada a qualquer um dos sintomas acima, a lombalgia deve ser motivo de consulta com certa urgência, principalmente ao envolver sinais de algum distúrbio digestivo, arterial ou urinário.
Caso a dor não seja intensa, a busca por uma atendimento pode esperar. Contudo, é importante observar o intervalo em que o incômodo se faz presente, assim como a possibilidade de prejuízos na qualidade de vida e bem-estar.
Tratamento para lombalgia
Ao buscar um especialista para que a lombalgia seja devidamente diagnosticada, o tratamento correto será indicado conforme a causa do desconforto. Para isso, além do histórico e exame físico, alguns exames podem ser solicitados, como radiografias e ressonâncias, a fim de avaliar melhor a situação.
Com um diagnóstico concreto o profissional pode orientar o paciente quanto ao tratamento para alívio da dor e melhora do quadro, incluindo o uso de medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios.
Variando de acordo com a causa específica e a intensidade dos sintomas presentes na lombalgia, o tratamento é iniciado com medicamentos para controle da dor, assim como períodos de repouso.
Além de terapias medicamentosas, outras alternativas que ajudam na reabilitação da região lombar e alívio das dores são práticas como acupuntura, massagem terapêutica, quiropraxia, e fisioterapia.
Como parte fundamental para a melhora da postura, os alongamentos praticados durante a fisioterapia permitem que a pessoa possa retomar suas atividades normalmente, vendo-se livre do desconforto. No entanto, para que isso seja feito, a indicação médica é necessária, visto que a realização de movimentos não orientados pode agravar a fase aguda da dor lombar.
Em situações mais graves, outras alternativas podem ser indicadas, como em situações extremas, intervenções cirúrgicas. Por motivos como estes, é importante que algumas medidas sejam adotadas como forma de tratamento para evitar novas crises de dor. Entre elas, estão alternativas como:
- praticar exercícios físicos regulares, com reforço muscular orientado por um profissional;
- investir em um colchão de qualidade;
- manter boa postura durante o dia, especialmente durante a jornada de trabalho;
- realizar alongamentos e exercícios de fortalecimento.
Pequenos hábitos como estes já são capazes de gerar efeitos positivos em relação à lombalgia, até mesmo como forma de alívio da dor, como compressas de água quente, repouso, banhos quentes e deitar-se em posição fetal.
Principais dúvidas sobre a lombalgia
Por ser um desconforto comum que acomete muitas pessoas por variadas causas, a lombalgia acaba despertando inúmeras dúvidas. A seguir, você vai poderá conferir as mais frequentes entre aqueles que sofrem com as dores na lombar.
Quais são os medicamentos mais indicados em crises de lombalgia aguda?
Os analgésicos e anti-inflamatórios são os medicamentos mais indicados por profissionais após constatarem que o paciente está sofrendo com dores agudas na lombar, a fim de aliviar o desconforto e melhorar o quadro da inflamação. Contudo, devemos reforçar que, os medicamentos só devem ser utilizados com a prescrição médica.
Exercícios melhoram as crises?
Praticar exercícios físicos é uma excelente forma de fortalecer a musculatura e evitar episódios de lombalgia aguda. No entanto, durante as crises a prática de exercícios é contra indicada. A recuperação deve ser realizada com repouso, sem esforços que possam piorar o quadro.
Lombalgia na criança e na adolescência é comum?
Não. Enquanto no adulto a lombalgia pode ser comum por suas variadas causas, em crianças e adolescentes a condição não acontece com frequência. Por este motivo, deve ser considerada um sinal de alerta para iniciar uma investigação meticulosa junto a um médico ortopedista.
Posso evitar que a lombalgia aguda se torne crônica?
Manter uma rotina de atividades físicas moderada assim como boa postura é fundamental para o fortalecimento da musculatura. Dessa forma, é possível prevenir algumas causas de dores nas costas. Além disso, é importante evitar carregar peso excessivo e má postura durante longos períodos, como na jornada de trabalho.
Hérnia de disco precisa ser operada?
Somente um profissional qualificado pode indicar o melhor tratamento para a hérnia de disco. No entanto, as crises geralmente podem ser controladas por meio de repouso e medicamentos. Somente 10% dos casos possuem indicação para cirurgia.
Dor nas costas é o mesmo que lombalgia?
Não. A dor nas costas ou coluna é um termo utilizado para indicar quadros de dor na região de toda coluna vertebral. Sendo a coluna dividida em 4 áreas, a lombalgia é a dor que atinge a região lombar da coluna.
A lombalgia pode ir embora sozinha?
Em alguns casos, sim. Sendo o segundo motivo mais frequente para as pessoas procurarem atendimento médico, a lombalgia muitas vezes pode passar sozinha, sem a necessidade da intervenção médica. No entanto, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios após avaliação pode acelerar o processo de tratamento, melhorando a qualidade de vida.
A obesidade pode piorar a lombalgia?
A obesidade pode ser uma complicação para as dores na lombar. O excesso de peso contribui para o agravamento do quadro da lombalgia, visto que é um fator de risco para dores nessa região.
O excesso de gordura localizado na região abdominal acaba deslocando o centro de gravidade do corpo para frente. Dessa maneira, a musculatura das costas fica sobrecarregada. Contudo, pessoas que são magras também podem apresentar lombalgia devido à outras causas, como vimos anteriormente.
Massagem pode melhorar a lombalgia?
A massagem terapêutica é uma boa forma de promover relaxamento e alívio dos sintomas. Entretanto, em casos de crise ela é indicada somente quando realizada por um profissional especializado. Do contrário, pode até mesmo agravar a dor.
Você pôde conhecer melhor o que é lombalgia e como este incômodo pode afetar o indivíduo das mais diversas formas. Busque adicionar a sua rotina formas de evitar as dores na lombar mantendo boa postura, evitando carregar peso excessivo, e realizando atividades do dia a dia de forma moderada.
Identificou algum dos sintomas acima? Então, procure atendimento especializado para conhecer as causas de sua lombalgia. Dessa forma, é possível obter um tratamento precoce para aliviar o desconforto e promover seu bem-estar!