Você sabe o que é anafilaxia? Muitas pessoas não sabem que são alérgicas a algum tipo de alimento, medicamento ou mesmo inseto e acabam passando por situações críticas, como o choque anafilático.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), 30% da população brasileira possui algum tipo de alergia. No entanto, boa parte dela não sabe. Para evitar reações exageradas de defesa do organismo, é importante conhecer o agente causador e entender um pouco mais sobre o assunto. Por isso, desenvolvemos o conteúdo de hoje para que você saiba o que é anafilaxia e como tratá-la. Acompanhe!
O que é anafilaxia sistêmica?
Muitas pessoas, alérgicas ou não, não sabem o que é anafilaxia. Essa condição é uma reação alérgica grave, que, quando não tratada rapidamente, pode ser fatal. A anafilaxia é desencadeada pelo próprio organismo, quando há uma reação a certo tipo de alérgeno que, por sua vez, pode ser um alimento, medicamento, veneno de inseto, substância ou mesmo um material.
A reação anafilática tem início súbito, e pode se desenvolver em poucos minutos ou algumas horas, causando o surgimento de sintomas característicos, como a queda da pressão arterial, inchaço dos lábios, boca e dificuldade para respirar.
Quando há suspeitas de sintomas semelhantes como o que a anafilaxia causa, recomenda-se que a pessoa seja encaminhada imediatamente à emergência médica. Dessa forma, o diagnóstico e tratamento pode ser feito o mais rápido possível. Em geral, o tratamento consiste na administração de medicamentos injetáveis para interromper a ação e monitoração dos sinais vitais.
O que é choque anafilático?
Sabendo o que é anafilaxia, é possível entender melhor o choque anafilático. Essa é uma reação alérgica crítica, que surge em consequência da anafilaxia. O choque anafilático é caracterizado por grande dificuldade para respirar e intensa vasodilatação.
Isso promove complicações para irrigar os tecidos de forma adequada. Essa condição clínica é extremamente grave e, quando não é adequadamente tratada, pode causar a morte da pessoa.
O que causa choque anafilático?
O choque anafilático pode ser causado por diferentes tipos de substâncias que, ao entrar em contato com o corpo da pessoa que sofre com a alergia, mesmo que em pequenas quantidades, desenvolve uma reação rapidamente.
Essas reações, mais comuns em crianças, são causadas com mais frequência por alimentos, insetos e medicamentos. Até mesmo o cheiro de algo pode resultar no aparecimento de sintomas da reação. A seguir, confira os principais alimentos que causam o que é anafilaxia.
- Amendoins;
- Peixes;
- Mariscos;
- Ovos;
- Leite;
- Soja;
- Trigo;
- Mariscos;
- Nozes;
- Avelã;
- Castanha de caju;
- Pistache;
- Amêndoas.
Além disso, muitas pessoas apresentam reações acentuadas a picadas de inseto, ou mesmo ao contato com a pele. Qualquer inseto pode provocar a reação, contudo, a maioria dos casos são causados por abelhas e vespas. Já as medicações mais conhecidas por causas o que é anafilaxia, são:
- Penicilina;
- Aspirina;
- Ibuprofeno;
- Naproxeno;
- Dipirona;
- Suxametônio;
- Alcurônio;
- Vecurônio;
- Pancurônio;
- Atracúrio;
- Anti-inflamatórios em geral.
A maior parte das pessoas que são sensíveis a estes remédios normalmente vão começar a desenvolver a anafilaxia assim que for iniciado o tratamento medicamentoso com a substância responsável pela reação.
O contraste usado em exames de raio-x também é um agente que pode causar o choque anafilático. Este é um tipo de corante utilizado para alguns testes, como forma de ajudar a mostrar determinada parte do corpo de maneira mais clara. Ainda que o risco por anafilaxia seja baixo, ele pode acontecer.
Da mesma forma, o látex é uma substância que está presente em diferentes objetos, assim como equipamentos médicos, preservativos, borrachas, e mais itens que, ao entrar em contato com a pele da pessoa alérgica, pode desenvolver o que é anafilaxia.
Anafilaxia induzida por exercício
Além das substâncias indicadas acima, a anafilaxia pode também ser provocada de formas não tão comuns, como por meio de exercícios. Algumas pessoas podem apresentar a reação ao realizar uma atividade aeróbica de grande intensidade, como corrida e spinning. Da mesma forma, outros podem sofrer uma crise após uma simples caminhada.
É preciso ressaltar que a causa da crise não é o exercício. A anafilaxia por exercício é causada pela atividade em si. Ela é desencadeada após a ingestão de certos alimentos, como frutos-do-mar, trigo e aipo. A condição pode ocorrer após dois minutos ou mesmo algumas horas de exercício.
Além disso, outros desencadeantes do que é anafilaxia podem ser a ingestão de drogas, proximidade do ciclo menstrual em algumas mulheres, e condições climáticas, como calor excessivo.
Grupos de risco para anafilaxia
Algumas pessoas podem estar mais propensas a desenvolver um choque anafilático que outras. O grupo de risco para estes indivíduos envolve pessoas que sofrem com certas alergias. Além disso, pessoas com problemas respiratórios, como a asma, podem ter mais chances de desenvolver a anafilaxia.
Da mesma forma, caso tenha apresentado uma situação anterior de crise anafilática, o risco também pode ser aumentado, com reações cada vez mais fortes. Se algum membro da família já teve alguma crise, também pode ser um alerta para investigar alguma alergia e evitar um possível choque anafilático no futuro.
Como ocorre o choque anafilático
Os sintomas da anafilaxia podem ser facilmente confundidos com sintomas da alergia normal, como corrimento nasal ou alguma forma de irritação. Contudo, após alguns minutos, os sinais mais graves podem ocorrer. Entre eles, estão:
- Ansiedade;
- Desconforto ou aperto no peito;
- Dificuldade para engolir;
- Inchaço na garganta, lábios e língua;
- Inchaço no rosto e olhos;
- Dificuldade para respirar;
- Diarreia;
- Tonturas ou vertigens;
- Dor abdominal;
- Urticárias, coceira e vermelhidão na pele;
- Náuseas e vômitos;
- Fala arrastada;
- Perda de consciência.
Além disso, os dois sintomas mais comuns que podem estar presentes em até 90% dos casos, são: urticária e angioedema. A urticária é uma erupção cutânea, em que se caracteriza placas avermelhadas por todo o corpo. Já o angioedema, é identificado por inchaço da pele e mucosa. O mais grave que pode ocorrer é a presença do edema na laringe, também conhecido como edema de glote, condição que impede a passagem de ar e interrompe a respiração do indivíduo.
É importante entender que nem toda urticária ou angioedema significa um episódio de anafilaxia. Um episódio com urticária, mesmo que generalizada, sem a presença do angioedema ou alguns dos sintomas acima, não caracteriza o que é anafilaxia.
Da mesma forma, um angioedema isolado, também não é caracterizado como reação anafilática. Isso porque os quadros de alergia são comuns, e apresentam muitas vezes estes sintomas. Já a anafilaxia e o choque anafilático são eventos raros.
Em casos mais graves, em que o indivíduo desenvolve dificuldade para respirar e choque circulatório, a crise anafilática pode evoluir rapidamente para a morte, caso não seja tratada a tempo.
Tais situações críticas acontecem normalmente após o uso de medicamentos por via venosa ou mesmo por picadas de insetos. Muitas vezes, a reação pode ser bifásica. Isso quer dizer que apresenta sinais de melhora e, dentro de 48 ou 72 horas após o episódio, causa uma recaída.
O choque anafilático não pode ser previsto. No entanto, algumas pessoas podem apresentar mais riscos ao desenvolver uma reação como essa. Entre elas, estão indivíduos que sofrem com doenças respiratórias ou que tiveram episódios anteriores de alergia à alguma substância.
Pessoas com histórico de insuficiência cardíaca, bronquite crônica, enfisema pulmonar ou DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), são as que apresentam mais risco de morte quando desenvolvem um quadro de anafilaxia. Com a ausência de um tratamento adequado, a crise pode evoluir para a obstrução das vias respiratórias, parada cardíaca, parada respiratória e morte.
Como é diagnosticada a anafilaxia?
A anafilaxia é diagnosticada baseada nos sintomas presentes durante a crise. Entre eles, os mais comuns, como confusão mental, inchaço da garganta, tontura, fraqueza, edema no rosto, urticária pelo corpo e queda de pressão.
Após ser controlada a crise, o médico deve investigar qual a possível causa, perguntando ao paciente sobre alergias conhecidas e outras reações alérgicas. Além disso, analisar quais foram os últimos alimentos ingeridos, medicamentos utilizados e contato com substâncias diferentes.
Uma forma de auxiliar no diagnóstico é a realização de testes para alergia, como o Prick Test Patch Test. Estes são testes de contato realizados por um profissional especializado, responsável por colocar a pessoa em contato com diferentes substâncias que podem ser causadoras de reações alérgicas. Além disso, solicitar que o paciente mantenha anotações sobre os alimentos que consumiu e medicamentos também.
Qual a forma de tratar o choque anafilático?
A melhor maneira de tratar o choque anafilático é ser encaminhado imediatamente para a emergência hospitalar. A principal maneira de tratamento para o que é anafilaxia é o uso da adrenalina (epinefrina).
Ela deve ser injetada imediatamente, logo após a constatação da crise. A dose usada para adultos é de 0,3-0,5 mg de solução administrada por via intramuscular, a cada 10 ou 20 minutos, ou quando necessário.
Já a dose para crianças é de 0,01 mg/kg até o máximo de 0,3 mg também intramuscular a cada 5 ou 30 minutos, se necessário. As doses menores, como 0,1 mg a 0,2 mg administradas se necessário, são comumente adequadas para o tratamento da anafilaxia leve, e muitas vezes, é associada ao teste cutâneo alérgico ou imunoterapia.
Tratamentos específicos
Caso a pessoa que está sofrendo uma crise de anafilaxia esteja inconsciente, é importante verificar se suas vias aéreas estão obstruídas, como forma de ajudar a mesma a respirar. Em seguida, acomode-a em uma posição que possibilite a passagem de ar pelas vias respiratórias, garantindo também que ela não engasgue caso apresente algum episódio de vômito.
Se estiver consciente, mas com dificuldades para respirar, a pessoa deve manter-se sentada, facilitando a respiração. Caso se sinta fraca, deve manter-se deitada em um local reto, com as pernas para cima. Isso pode ajudar a evitar um possível ataque cardíaco.
Quando a pessoa com crise anafilática for uma gestante, ela deve ser deitada sobre seu lado esquerdo, evitando colocar pressão sobre uma das grandes veias que bombeiam o sangue para o coração, localizada na região direita do corpo.
Medicamentos usados no tratamento
É comum que pessoas que já apresentaram crises de anafilaxia anteriormente possuam seu próprio injetor de adrenalina, conforme indicação e orientação médica. Esse dispositivo consiste em uma seringa com agulha camuflada que, quando necessário, injeta uma dose única da substância ao ser pressionada contra a coxa.
Em todos os casos, mesmo que a pessoa que esteja sofrendo com a crise tenha recebido a injeção com a adrenalina, ela deverá ser encaminhada a um hospital para ficar em observação. Afinal, os sintomas podem voltar caso a anafilaxia não seja tratada corretamente.
Os medicamentos mais indicados para o tratamento de anafilaxia são medicamentos como a epinefrina, decadron, anti-histamínicos e corticoides. É importante que, mesmo ao identificar uma crise de anafilaxia, a pessoa não se automedique, caso não tenha acompanhamento e indicação médica. Somente o profissional poderá indicar qual o medicamento, dosagem e duração do tratamento para cada caso específico.
No caso de adrenalinas autoinjetáveis, como as que a pessoa carrega consigo, é preciso uma autorização médica para utilização. Isso porque, se ministrado sem a necessidade, este tratamento pode causar diversas complicações. Por isso, procure sempre um especialista!
Como conviver com a anafilaxia?
A crise de anafilaxia pode ser assustadora para quem sofre e também para quem presencia. Por esse motivo, é preciso desenvolver um plano para saber como lidar com momentos como esse, assim como orientar pessoas próximas a você sobre como reagir.
Se a pessoa com risco ou crises anteriores de anafilaxia for uma criança, é indicado compartilhar orientações com professores, babás e outras pessoas que possam cuidar da criança.
Como prevenir a anafilaxia?
A única forma de evitar crises de anafilaxia é evitar o contato com as substâncias alérgenas. Contudo, nem sempre se conhece o que pode ser o causador das reações. Caso você saiba, é importante que a família, amigos ou pessoas de seu convívio tenham conhecimento, sabendo como agir no momento de crise.
Alguns aplicativos de smartphones possibilitam enviar uma mensagem de alerta até mesmo quando bloqueados. Essa configuração pode ser útil para escrever que substâncias causam alergia, ajudando durante situações graves.
Alerte médicos e profissionais da saúde sobre alergias a medicamentos
Quando for ao médico, antes de receber a prescrição de algum medicamento informe sobre possíveis alergias, certificando-se sobre as substâncias contidas. Caso faça uso de medicações novas, permaneça no hospital por pelo menos 30 minutos após a ingestão ou infusão, como forma de receber o tratamento adequado caso uma crise possa ser desencadeada.
Quando a alergia é relacionada a picadas de inseto, a pessoa deve ter cuidado ao se expor em ambientes com a presença dos mesmos. Se estiver próximo a lugares com estes insetos, mantenha a calma e afaste-se delicadamente, evitando contato.
Caso seja necessário frequentar locais como matas, escolha utilizar blusas de manga comprida, calças e chapéus. Além disso, é importante evitar andar descalço em grama, e certificar-se de sempre usar repelente.
Alergias a alimentos específicos
Quando a anafilaxia é causada por alimentos, é fundamental ler atentamente os rótulos de todos os alimentos ao realizar as compras. Da mesma forma, quando for se alimentar em restaurantes, lanchonetes ou outros locais em que a comida seja preparada por terceiros, pergunte ao garçom ou responsável pelo preparo sobre os ingredientes usados no prato, evitando a ingestão de possíveis agentes alérgenos.
Tome cuidado com contaminações cruzadas, como ao utilizar talheres e utensílios de cozinha. Lave tudo muito bem caso tenha dúvidas sobre o contato com algo que possa levar a uma crise.
Tome anti-alérgicos para prevenir crises
Quando a alergia for relacionada a substâncias como contrastes de raio-x, é indicado não realizar o exame com o uso da substância. Contudo, caso não seja uma opção, é importante avisar o profissional responsável, para que seja feita a aplicação de anti-histamínicos ou corticoides, prevenindo possíveis crises.
Tenha sempre um kit de emergência
Se você souber da chance de desenvolver uma crise de anafilaxia, é recomendado manter um kit de emergência, abastecido com medicamentos dentro do prazo de validade, assim como a adrenalina auto-injetora. Entretanto, o uso deve ser feito sempre com orientação e recomendação de um médico.
Considerando que as crises possam acontecer quando menos se espera, é fundamental ficar atento às crises alérgicas que possam evoluir rapidamente. Por isso, agora que você sabe o que é anafilaxia, compartilhe com todas as pessoas do seu convívio a possibilidade de uma situação dessas ocorrer, assim como as instruções do que deve ser feito em um momento crítico.
Que tal visitar um alergologista para conhecer possíveis reações alérgicas? Agende sua consulta com a Clínica Croce. Por meio do atendimento via telemedicina é possível ser atendido de qualquer lugar do Brasil, sem a necessidade de estar em São Paulo, cidade sede da clínica.