A dermatite atópica – também chamada de atopia – é uma doença cutânea comum e persistente que afeta uma parcela considerável da população em todo o mundo. Trata-se de uma doença crônica e não contagiosa que, se não tratada, pode afetar a autoestima do paciente, seu bem-estar e seu convívio social. Felizmente, existe remédio para dermatite atópica, sendo a infusão medicinal a grande tendência contemporânea para lidar com os sintomas do problema de modo mais efetivo, menos nocivo em termos de efeitos colaterais e mais humanizado.
Essa patologia é uma inflamação da pele hereditária, também conhecida como eczema atópico. A doença atinge 25% das crianças, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e 3% da população adulta, conforme levantamento divulgado pela Global Epidemiology and Risk Factor. Ainda, segundo informações do Censo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, essa condição figura em 11º lugar no ranking de doenças dermatológicas mais comuns entre os brasileiros.
Diante disso e para você conhecer mais sobre essa condição e suas características, neste artigo, iremos falar sobre o que é a doença, quais são os grupos de risco, os principais tratamentos – incluindo o remédio para dermatite atópica – entre outras informações importante sobre o tema. Acompanhe a seguir e saiba mais:
O que é dermatite atópica e quais são os seus sintomas?
O termo atópico tem origem na palavra átopos, do idioma grego, que, em tradução livre, significa “fora de lugar”, fazendo referência à distribuição irregular e em padrões diferentes das feridas ao longo do corpo que apresenta essa condição.
A atopia é um tipo especial de hipersensibilidade alérgica que está associada à asma, às alergias inalantes – como as rinites – e a uma dermatite crônica. No caso da dermatite atópica, a pele apresenta sintomas como ressecamento, vermelhidão, ardor, inchaço, alteração de cor, manchas, formação de bolhas, feridas, rachaduras, crostas, descamação, entre outros.
A frequência e a intensidade com a qual tais sintomas se manifestam tem relação com a presença de outros problemas alérgicos e com a exposição do indivíduo a alérgenos aos quais ele apresente sensibilidade.
Diferentemente da dermatite de contato, que gera lesões locais na área do corpo que foi exposta a algum elemento que cause irritação, na atópica os sintomas podem afetar áreas mais diversas e extensões maiores de pele.
Ela se apresenta mais frequentemente nas dobras do corpo, como pescoço, cotovelo e atrás do joelho, porém pode se manifestar também nas mãos, nos pés, no rosto, nas costas, no peito e até mesmo no couro cabeludo, sendo um dos tipos mais comuns de alergia cutânea.
No entanto, é importante destacar que a coceira frequente e contínua gerada por essa condição pode ser tão grave que perturba o sono e prejudica significativamente a qualidade de vida e as interações sociais de seu portador. De fato, conforme levantamento realizado no país e conduzido pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a dermatite atópica moderada ou grave é motivo para que seus portadores adultos faltem ao trabalho mais de 20 dias por ano, em razão de transtornos gerados pela manifestação dos sintomas dessa condição.
Ainda, a pele seca também é uma queixa bastante comum em quase todos os que sofrem de dermatite atópica. Geralmente, há períodos em que a doença apresenta-se com mais intensidade, as chamadas exacerbações ou crises, que são seguidas por períodos em que a pele melhora ou que os sintomas desaparecem completamente – fase conhecida como remissão.
É difícil combater os componentes físicos e psicológicos que impulsionam o ciclo de coceira. Coçar comumente gera uma sensação boa na hora, no entanto, pode levar a mais inflamações e infecções na pele. Por isso, encontrar o tratamento certo é importante para ajudar a reduzir a coceira e o desconforto trazidos pela dermatite atópica.
Dermatite atópica é o mesmo que psoríase?
Embora ambas as condições possam apresentar manifestações cutâneas similares, tratam-se de quadros diferentes. Como vimos, a dermatite atópica é uma patologia alérgica crônica que causa coceira e inflamação na pele em razão de uma hipersensibilidade do sistema imunológico com cunho hereditário.
Por sua vez, a psoríase é estimulada a partir da multiplicação acelerada das células da pele, que agrupam-se e formam camadas de pele ressecadas que geram coceira mais amena e ardência em áreas bem mais variadas do corpo – incluindo até mesmo os órgãos genitais e o interior da boca.
Em geral, suas lesões apresentam uma espécie de casca esbranquiçada, sendo assim, uma condição do tipo eritemoescamosa ou eritemodescamativa que atinge cerca de 3% da população mundial. Ainda, ela pode desencadear problemas como diabetes tipo 2 e pressão alta. As duas doenças são crônicas e não contagiosas e têm o estresse como um de seus gatilhos desencadeadores de crises.
Quais são as causas da dermatite atópica?
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a dermatite atópica não tem entre seus causadores os alimentos ingeridos. No entanto, determinados alimentos podem acabar contribuindo para a piora dos sintomas da condição, no caso de o paciente ser alérgico a eles.
Suas causas ainda não têm um consenso definitivo na comunidade médica. Mas o fato é que, hoje, compreende-se a pele atópica como uma doença resultante de condições concomitantes provenientes da interação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais, além de disfunções no sistema imunológico. Fatores hereditários são conhecidos por serem um componente muito importante para desencadear esse tipo de quadro. Assim, pais com atopia ou alergia tendem a ter filhos também com pele atópica em diferentes graus de gravidade.
Por sua vez, os fatores ambientais podem causar ou mesmo agravar os sintomas da dermatite atópica. Entre esses fatores, pode-se destacar:
- Exposição a sabões, detergentes agressivos, cremes esfoliantes, cosméticos e perfumes com fragrâncias fortes e substâncias como o cloro da piscina e o níquel de joias;
- Irritantes físicos, como sujeira, areia, fumaça, etc.;
- Alérgenos, tais como pólen, mofo, pelos e penas de animais e poeira;
- Contato com materiais ásperos e produtos industriais, como tintas e combustível;
- Lã e tecidos sintéticos;
- Tempo frio e seco;
- Poluição;
- Mudanças mais bruscas na temperatura climática;
- Alergias sazonais;
- Baixa umidade;
- Calor e suor;
- Ansiedade e estresse;
- Sensibilidade a fatores mais específicos, que atuam como gatilho para as manifestações.
Como é possível perceber, diversos fatores podem ativar os sintomas de dermatite atópica em qualquer momento na vida do indivíduo que herdou e carrega o traço da doença atópica.
E, com a pele comprometida, a condição atua como uma espécie de porta de entrada para micróbios e substâncias no organismo, o que pode provocar infecções e reações alérgicas sérias e recorrentes.
Vale salientar que, embora a dermatite atópica nem sempre ocorra em decorrência de uma reação alérgica, ela é comumente associada a outros distúrbios alérgicos. A dermatite atópica é, muitas vezes, o começo de uma série de distúrbios de alergia.
O desenvolvimento desses distúrbios segue geralmente um padrão, começando com a dermatite atópica, seguida por alergias alimentares, depois febre do feno e, finalmente, pela asma. No entanto, nem todos os indivíduos com dermatite atópica progredirão para outros distúrbios como esses, e nem todos os com uma doença alérgica desenvolverão o eczema.
Outro fato importante é que indivíduos com dermatite atópica também apresentam maior risco de desenvolverem outras condições relacionadas à inflamação, tais como doença inflamatória intestinal, artrite reumatoide e perda de cabelo causada por uma reação imunológica.
Eles também, em determinados casos, têm riscos de desenvolverem um transtorno comportamental ou mental, como o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou a depressão. Por tudo isso, essa é uma doença considerada como debilitante.
Quando procurar um médico?
Sobretudo no caso de bebês e crianças, é bastante importante buscar auxílio médico a partir da manifestação de sintomas como os que vimos anteriormente, principalmente se eles já afetam o sono e a qualidade de vida. Em caso de dores e coceiras na pele e de suspeita de infecção, deve-se consultar o quanto antes com um especialista.
Para facilitar o diagnóstico, é importante informar questões como: há quanto tempo os sintomas estão se manifestando (e se eles são contínuos ou esporádicos), histórico médico, sobretudo a respeito de alergias do paciente e de seus pais e medicamentos que estejam sendo administrados, inclusive, se alguma solução caseira foi tentada anteriormente.
Vale ressaltar que, quando não tratada, a dermatite atópica pode suscitar complicações agudas à saúde, tais como neurodermite e problemas de visão, como conjuntivite e ceratite. Além, é claro, de seus sintomas prejudicarem a produtividade e a rotina de seu portador. Por isso, ao identificar possíveis manifestações, é importante buscar auxílio médico e agir proativamente.
Existem grupos de risco para a dermatite atópica?
Fatores hereditários predispõem a pessoa a ter pele seca e uma barreira cutânea que seja menos capaz de afastar irritantes e alérgenos ambientais. Também predispõem o indivíduo a produzir anticorpos imunes para bactérias e outros alérgenos.
Embora a dermatite atópica possa ocorrer em qualquer idade, em boa parte das vezes, ela afeta bebês e crianças pequenas – nesses casos, geralmente a partir do segundo mês de vida. Quando essas pessoas envelhecem, a doença tende a entrar em remissão permanente, a partir do desenvolvimento e amadurecimento do sistema imunológico, embora a pele possa permanecer um pouco seca e facilmente irritável.
Em alguns casos, a dermatite atópica permanece até a idade adulta. É considerado raro que ela apareça somente nessa fase da vida.
Cada indivíduo tem sua própria mistura de fatores predisponentes. Os fatores mais importantes para o indivíduo serão identificados com a ajuda e a experiência de um médico especialista, como um dermatologista ou alergologista. No caso do público infantil, o pediatra poderá prover esse encaminhamento.
Geralmente, o diagnóstico é feito por um clínico, mas nem sempre esse é fácil em adultos, principalmente quando a extensão das lesões é pequena, de distribuição atípica ou quando os sinais cutâneos menores não estão muito aparentes. Exames de sangue, históricos familiar e pessoal de alergias ou asma auxiliam nesse diagnóstico. No entanto, exames como biópsia, em boa parte dos casos, não devem ser necessários.
Qual é o melhor remédio para dermatite atópica?
É comum que os pacientes pensem que a doença é muito difícil de ser tratada. De fato, ainda não há cura definitiva e completa para a dermatite atópica, estando seus portadores sujeitos a eventuais reações. No entanto, existem tratamentos eficazes que podem reduzir seus sintomas característicos, tais como a coceira, a pele rachada, as inflamações e até as mesmo infecções, devolvendo a qualidade de vida ao paciente.
Geralmente, o tratamento envolve, naturalmente, o afastamento dos fatores desencadeantes da manifestação, além de uma série de ações de autocuidado com a pele, do uso de cremes a fim de manter sempre a pele bem hidratada, compressas frias, da realização de banhos especiais, do uso de umidificadores de ar e de fototerapia, além da prescrição de comprimidos de ação anti-inflamatória. Tais tratamentos podem atuar reduzindo os sintomas e os riscos de infecções da pele, mas não resolvem o problema em definitivo.
Ainda, pode-se recorrer ao uso de medicamentos orais, tópicos ou injetáveis – sendo esses últimos uma das novidades e das tendências da medicina representados pelos chamados biofármacos, medicamentos desenvolvidos a partir de células vivas modificadas com o uso da tecnologia. Para os casos moderados, quando terapias mais convencionais não são efetivas ou recomendadas, a infusão é a opção mais eficiente no controle da doença para pacientes acima de 12 anos de idade – embora já existam também estudos que apontem que a infusão de doses de imunoglobulina também atuam como um bom tratamento para os casos mais graves de dermatite atópica.
Isso porque esse tipo de remédio tende a ser mais preciso do que as soluções convencionais, inibindo o principal mecanismo desencadeante do processo inflamatório característico da dermatite atópica, evitando, desse modo, que o paciente desenvolva lesões e coceira na pele. Esse tipo de medicamento, ao contrário de outros tradicionais de uso contínuo, não enfraquece o sistema imunológico do paciente, mas ajuda a fortalecer sua barreira protetora.
Outro dos principais benefícios da infusão medicinal com esse tipo de medicamento é que ela apresenta alívio mais rápido dos sintomas da dermatite atópica, além de reduzir os efeitos colaterais – comuns em medicamentos administrados via oral e que podem ser realmente graves, como é o caso da falência dos rins – e o tempo de hospitalização dos pacientes.
O objetivo da infusão medicinal é combater a inflamação, aliviar a coceira e diminuir o ressecamento da pele. Além disso, é essencial controlar os fatores que desencadeiam as crises para que se evite recidivas e isso é favorecido por esse tipo de remédio.
Em ensaio clínico, esse tipo de medicamento gerou resultados bastante positivos, incluindo a diminuição de 75% da coceira em dois terços dos pacientes no período de 16 semanas.
Por fim, ressaltamos que, ao aprender a cuidar bem da pele, é possível reduzir a frequência e a gravidade dos surtos da doença. Mesmo que soluções caseiras funcionem para aliviar os sintomas, como vimos, existe remédio para dermatite atópica. No entanto, tenha em mente que somente um médico é que poderá indicar a melhor abordagem para o seu tratamento em específico, quais remédios utilizar, sua dose, etc. Não corra riscos desnecessários com a automedicação, além de não melhorar sua condição, essa ação poderá gerar efeitos colaterais e outros problemas à sua saúde.
Dermatite e infusão medicinal na Clínica Croce
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