A infusão na medicina tem grande relevância para a saúde das pessoas. Para muitos, o termo infusão é rapidamente associado a ingestão de chás e outras substâncias. No entanto, a infusão na medicina é uma técnica moderna e muito utilizada para que o paciente receba os medicamentos de forma alternativa.
Desse modo, auxilia casos onde a ingestão de medicamentos por via oral não pode ser realizada, seja pela dificuldade que o paciente apresenta para engolir, ou até em situações em que os ácidos do estômago podem prejudicar a efetividade da terapia.
A seguir, para que você não tenha mais dúvidas sobre a infusão na medicina, vamos mostrar na leitura de hoje, o que é essa técnica e por que ela deve ser supervisionada por profissionais da área da saúde. Confira.
O que é a infusão na medicina?
A infusão na medicina consiste na administração de medicamentos intravenosos (pelas veias) ou subcutâneos (sob a pele) em pacientes, com o objetivo de tornar possível seu tratamento.
Essa técnica tem se mostrado cada vez mais importante para a medicina atual. Afinal, a infusão de medicamentos é uma das principais tendências para se tratar doenças de forma humanizada, minimizando os efeitos colaterais nocivos.
Com o aumento da expectativa de vida da população, novas opções de tratamentos foram desenvolvidas com objetivo garantir qualidade, segurança e bem-estar ao paciente. Desse modo, a infusão na medicina surgiu como uma alternativa com diferentes propósitos, auxiliando na administração de medicamentos, soros, nutrição e mesmo reposição volêmica.
Essa técnica consiste na aplicação direta de fluidos em uma veia do paciente, por meio de agulha ou de um cateter esterilizado. É comumente administrada em hospitais, em pacientes que devem receber grande quantidade de medicação ou que estejam doentes a ponto de não conseguir ingerir o remédio via oral.
Além disso, para situações em que a medicação não pode ser ingerida, a infusão medicinal é uma alternativa, visto que os ácidos estomacais podem destruir o remédio se ingerido pela via oral. Assim, a infusão é uma forma assertiva de introduzir o remédio no organismo, possibilitando um tratamento eficaz e menos desgastante ao paciente.
Para casos como esses, a infusão na medicina é vista como a forma mais eficaz de administração de medicamentos, obtendo resultados ainda melhores no tratamento de diversas doenças.
Quando a infusão na medicina se torna necessária?
Pacientes que já não conseguem ingerir medicamentos por problemas no trato, uma forma de administração intravenosa ou subcutânea de fluidos – como nutrientes e medicamentos – que objetiva tornar viável e potencializar os resultados de tratamentos de saúde, especialmente os casos de patologias de moderados a graves.
Ainda, em situações nas quais o paciente não consiga tomar um remédio oralmente, em razão de limitações trazidas pela doença ou da atuação dos ácidos estomacais, por exemplo, que podem prejudicar a eficiência do remédio após ser engolido e torná-los ineficazes para determinados casos, a infusão também é uma alternativa importante a se considerar.
Por questões como essas, a infusão na medicina é percebida, muitas vezes, como o modo mais eficaz de administração de remédios e de se obter resultados ainda melhores no tratamento de diversas enfermidades. E, em casos mais específicos, ela atua como o único meio viável de prover o tratamento necessário ao paciente.
Entenda porque a infusão na medicina precisa ser supervisionada
A infusão na medicina deve ser realizada e supervisionada por um corpo clínico composto por profissionais multidisciplinares. Isso quer dizer que o paciente contará com profissionais da medicina, da farmácia e da enfermagem, por exemplo, para administrarem um tratamento eficiente, humanizado e integral, estando prontos para fornecerem o acolhimento e a expertise que o paciente demanda em seu tratamento.
Essa equipe é devidamente preparada para recomendar e administrar o método de infusão sempre que for pertinente e benéfico ao paciente, embasados em uma avaliação criteriosa, levando em conta questões relacionadas à desidratação, aos riscos potenciais e às vantagens da infusão, além da disposição do paciente e/ou do familiar quanto à adesão a esse tipo de terapia.
Em casos especiais onde pacientes possuem cateteres, bastante comuns em casos de câncer, é comum alertar ao paciente sobre a limpeza do canal, conhecida como heparinização. Esse procedimento é importante para que o processo de infusão ocorra de forma tranquila e eficaz, evitando que o canal fique obstruído com o material medicamentoso.
O corpo médico geralmente administra, antes da infusão, antialérgicos a fim de agir preventivamente contra as chamadas reações infusionais. Ainda, verificará condições como a temperatura e a pressão arterial do paciente – isso porque, é importante ressaltar, não é recomendado realizar o processo de infusão de medicamentos durante processos infecciosos, tais como gripe ou resfriado forte, por exemplo.
Tipos de infusão
A infusão de medicamentos na medicina é uma prática medicamentosa bastante flexível, que acompanha as necessidades de cada paciente. Um dos fatores que caracterizam a técnica é o tempo de administração necessário para infusão. O médico responsável realizará a opção mais adequada, considerando o perfil do seu paciente, as necessidades do seu tratamento e o seu quadro de saúde. Conheça, a seguir, os tipos de infusão existentes para a administração de medicamentos na medicina:
- Infusão em bolus: o medicamento é aplicado diretamente na veia do paciente em um tempo menor ou igual a um minuto.
- Infusão rápida: aqui, a aplicação do medicamento varia entre um e trinta minutos.
- Infusão lenta: nessa modalidade, a aplicação ocorre em um intervalo entre trinta e sessenta minutos.
- Infusão contínua: essa prática de aplicação de medicamento ocorre em tempo superior a sessenta minutos e sem interrupções.
- Infusão intermitente: nesse caso, o medicamento é aplicado em período superior a sessenta minutos, no entanto, apresentando interrupções.
Principais medicamentos utilizados na infusão na medicina
Cada vez mais as equipes médicas utilizam a infusão na medicina para tratamentos mais complexos. A infusão na medicina é frequentemente utilizada devido ao controle que ela proporciona sobre a dosagem. Por exemplo, em determinadas situações, um paciente precisa receber medicação rapidamente. Isso inclui emergências, como um ataque cardíaco, derrame ou envenenamento.
Nesses casos, ao tomar um remédio oral, é normal que demore um tempo até que a droga chegue ao sangue. Com a infusão, é possível injetar rapidamente um medicamento diretamente na corrente sanguínea.
Existem, ainda, casos nos quais os medicamentos precisam ser administrados lentamente, porém, de modo constante. A infusão também pode ser uma maneira controlada de administrar drogas ao longo do tempo. O processo pode ser controlado por gotejamento via gravidade ou por uma bomba de infusão.
Geralmente, o uso mais comum da terapia de infusão é tratar a desidratação por meio de um gotejamento intravenoso de um saco contendo água, sal dissolvido e eletrólitos. Outros usos da terapia de infusão incluem a administração de antibióticos, vitaminas, medicamentos antivirais e antifúngicos para condições não crônicas.
Para as condições consideradas crônicas, por sua vez, a infusão é utilizada para tratar cânceres, insuficiência cardíaca congestiva, doença de Crohn, hemofilia, deficiências imunológicas, esclerose múltipla, artrite reumatoide, entre outros casos.
Conheça alguns exemplos de medicamentos comumente administrados por meio de infusão na medicina:
- Omalizumabe (Xolair®): para asma e urticária crônica espontânea (UCE).
- Dupilumab (Dupixent®): para dermatite atópica.
- Mepolizumab (Nucala®): para asma.
- Infliximabe (Remicade®): para artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, psoríase em placa, doença de Crohn e colite ou retocolite ulcerativa.
- Adalimumabe (Humira®): para artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante, doença de Crohn e psoríase.
- Certolizumabe Pegol (Cimzia®): para doença de Crohn, artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondiloartrite axial e espondilite anquilosante (EA).
- Abatacepte (Orencia®): para artrite reumatóide (AR) moderada a grave e artrite idiopática juvenil (AIJ).
- Rituximabe (MabThera®): para linfoma não Hodgkin, artrite reumatoide, leucemia linfoide crônica, granulomatose com poliangiite e poliangiite microscópica.
- Ácido Zoledrônico (Aclasta®, Blaztere® e Zometa): para metástases ósseas e prevenção da perda óssea decorrente do tratamento antineoplásico à base de hormônios em pacientes com câncer de próstata ou câncer de mama.
- Densis: para osteoporose em mulheres na pós-menopausa e para estimular o aumento da densidade óssea.
- Denosumabe (Prolia®, Xgeva®): para osteoporose pós-menopáusica, perda óssea em pacientes submetidos à ablação hormonal contra câncer e osteoporose masculina.
- Ibandronato de sódio (Bonviva®): para o tratamento da osteoporose.
- Ferro injetável (Noripurum®, Ferinject®): para anemias ferropênicas graves.
- Canaquinumabe (Ilaris®): para a síndrome periódica associada ao receptor do fator de necrose tumoral (TRAPS) e a síndrome da hiperimunoglobulinemia D.
- HIDS: para deficiência da mevalonato quinase (MKD) e febre familiar do mediterrâneo (FMF).
- Belimumabe (Benlysta®): para lúpus eritematoso sistêmico (LES) ativo.
Principais doenças tratadas pela infusão na medicina
A infusão na medicina é utilizada com grande frequência no tratamento de quadros de desidratação. Contudo, a utilização dessa terapia inclui administração de outros compostos como vitaminas, antivirais, antibióticos e outros.
Além disso, o procedimento é usado para tratamento de condições não crônicas e também para casos de maior complexidade, como câncer, doenças reumáticas, autoimunes, e mesmo insuficiência cardíaca. Veja a seguir, as doenças que podem ser tratadas com a infusão na medicina.
Cânceres
É comum que pacientes com câncer e em tratamento quimioterápico apresentam sintomas desagradáveis e desconfortos como náuseas e vômitos. Esse quadro pode se agravar com a administração de medicamentos orais, resultando na intolerância à ingestão do remédio.
Dessa forma, as infusões medicinais são uma alternativa eficaz de tratamento, levando benefícios consistentes para os pacientes ao suavizar sintomas e possibilitar conforto e praticidade para a administração do medicamento.
Doenças autoimunes
O tratamento com imunobiológicos é um dos grandes avanços na medicina, permitindo que doenças autoimunes, como a espondilite anquilosante, lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide sejam tratados de forma moderna e eficaz.
A infusão medicinal da terapia imunobiológica reproduz os efeitos de substâncias que são fabricadas no sistema imunológico, agindo diretamente no processo inflamatório do organismo.
Por serem produzidos por células vivas, permitem que o tratamento tenha resultados significativos em relação àqueles alcançados com o uso de medicações tradicionais. Com a infusão de imunobiológicos como tratamento é possível modificar, ou mesmo inibir, a evolução da doença, resultando em maior qualidade de vida dos pacientes.
Deficiências imunológicas
Para pessoas que apresentam alterações no sistema imunológico, como pacientes que nasceram ou perderam a capacidade de combater doenças infecciosas, a administração da infusão na medicina resulta na melhor qualidade de vida por meio da aplicação contínua de antibióticos, ou aplicação de imunoglobulina para repor anticorpos que não são adequadamente produzidos no organismo.
Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória crônica que atinge diferentes partes do trato gastrointestinal. Seu tratamento tem como foco principal o controle da inflamação e cicatrização do intestino.
Pacientes que apresentam essa doença podem sofrer com sensibilidade e dores abdominais, assim como a perda de peso, febre, sangramento retal e diarreia frequente.
A infusão na medicina pode ser usada no tratamento da Doença de Crohn em casos em que o paciente seja intolerante ao uso de corticoides, imunossupressores e outros remédios que podem causar inflamações.
Além disso, a aplicação de medicamentos por essa técnica proporciona segurança, conforto e comodidade ao paciente. Ajuda ainda a reduzir sinais e sintomas da doença, mantendo a remissão, induzindo a cicatrização, reduzindo as drenagens de fístulas e melhorando a qualidade de vida do paciente.
Hemofilia
A hemofilia é uma doença caracterizada como distúrbio genético marcado por defeitos do organismo ao produzir fatores de coagulação do sangue. O processo de cicatrização é complicado em casos como esse, e pode fazer com que o indivíduo sofra grandes perdas de sangue, mesmo em ferimentos leves e superficiais. Para evitar as hemorragias e estimular o processo de coagulação, o uso da infusão medicinal é essencial.
Insuficiência cardíaca congestiva
Síndrome que provoca falta de ar, fadiga e acumula líquidos abdominais e periféricos, a insuficiência cardíaca congestiva tem diagnóstico clínico, e seu tratamento inclui a educação do paciente quanto à necessidade de melhorar seus hábitos, e uso de diuréticos.
Além disso, inibidores da ECA (enzima de conversão da angiotensina), bloqueadores do receptor de angiotensina II, betabloqueadores, antagonistas da aldosterona, digitálicos, marca-passos implantáveis especializados e outros dispositivos.
Em quadros com esse, a infusão medicinal pode ser utilizada nos quadros caso o paciente não obtenha resultados com a terapia convencional, ou que apresente efeitos adversos.
Esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma enfermidade neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central. As células que sofrem com essa doença têm seu papel invertido, passando a agredir seu sistema de defesa, situação que resulta em inflamações que afetam o sistema nervoso central. Dessa forma, a pessoa começa a desenvolver problemas na visão, sensibilidade do corpo, força muscular, na mobilidade, e outros.
A infusão na medicina é um tratamento eficiente para a doença, visto que ajuda a melhorar as manifestações da doença, com a administração das medicações de forma rápida e prática, eliminando a necessidade de internação e possibilitando que o paciente retorne para sua rotina no mesmo dia.
Artrite reumatoide
Outra doença autoimune crônica, contudo, que provoca inflamações nas articulações, a artrite reumatoide desenvolve no portador quadros de dor, inchaço e limitação de movimentos, principalmente em joelhos e pulsos.
Mesmo que ainda não exista cura para essa condição, é possível que o paciente tenha uma vida livre de sintomas.
Nesses casos, a infusão na medicina permite que a pessoa receba medicamentos imunobiológicos que atuam nas proteínas envolvidas no processo inflamatório e nas células do sistema imunológico.
Asma
A asma é uma doença crônica que afeta brônquios, e é caracterizada por crises em que ocorre forte contração dos músculos responsáveis pela abertura e fechamento dos brônquios.
São inúmeros os eventos que podem desencadear uma crise, como a hereditariedade e condições alérgicas. Ainda que seja uma doença de longa duração, a asma apresenta períodos de piora e melhora.
O tratamento, baseado principalmente no uso de broncodilatadores e anti-inflamatórios, como a cortisona, pode ser realizado com a infusão medicinal, ajudando a reduzir o número de crises de asma e aumentando a qualidade de vida da pessoa.
Crises alérgicas
A alergia é uma reação exagerada de defesas do organismo contra agentes como ácaros, pólen ou pelos. O tratamento por infusão de medicamentos resolve doenças alérgicas como a rinite, conjuntivites alérgicas e anafilaxia por veneno de vespas, marimbondos, abelhas e formigas.
Na leitura de hoje, você pôde conhecer a importância do uso de técnicas como a infusão na medicina para auxiliar em tratamentos em que medicamentos por via oral não podem ser realizados, e terapias para patologias graves, sempre supervisionada por profissionais especializados.
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