fbpx

Alergia a ácaros: qual sua relação com rinite e asma?

A alergia a ácaros é uma das mais comuns e é frequentemente confundida com alergia à poeira. No entanto, para cada grama de poeira existem entre 100 a 500 ácaros. Esses microrganismos invisíveis a olho nu estão presentes em praticamente todos os ambientes, sendo facilmente encontrados em todas as casas. Por se alimentarem de restos de pele humana, os ácaros se acumulam em locais quentes e úmidos, como cortinas, tapetes, sofás, carpetes, entre outros. Saiba mais sobre a alergia a ácaros e como ela está relacionada à rinite e a asma.

Por que ocorre a alergia a ácaros?

A alergia a ácaros acontece devido às fezes dos microrganismos. A reação ocorre visto que as fezes são revestidas de uma enzima altamente alergênica, que pode causar espirros, corrimento nasal, irritação nos olhos e crises de asma. Ao deitar-se em uma superfície, a pele é naturalmente descamada, o que atrai os ácaros que, por sua vez, se alimentam e defecam naquela região. Desse modo, as fezes dos microrganismos e os ácaros mortos somam-se a poeira e acabam sendo inalados, provocando alergias.

Quais os sintomas da alergia a ácaros?

Geralmente, a alergia a ácaros causa reações respiratórias, como rinite e asma. Na rinite alérgica o indivíduo apresenta congestão nasal e espirros ao levantar-se da cama. Além disso, pode ter obstrução nasal durante a noite. Já a asma é responsável por chiado no peito, falta de ar e tosse que se intensificam no período da noite, ao rir ou durante a prática de exercícios físicos. A tosse frequente também é uma manifestação da alergia a ácaros. Além disso, é possível que os microrganismos provoquem alergias à pele, como a dermatite atópica, condição que causa manchas avermelhadas e coceira intensa na pele.

Qual a relação entre ácaros e rinite alérgica?

A poeira é constituída pela descamação da pele de humanos, animais, restos de pelos, insetos, fungos, bactérias e organismos microscópicos. Contudo, os ácaros são os principais fatores alérgicos. Mais especificamente o Dermatophagoides ssp. Seu nome tem como significado “aquele que se alimenta da pele”. Os ácaros vivem nas camadas profundas dos tecidos, junto às fibras. Isso porque, não são capazes de sobreviver a superfícies lisas, como pisos. 

Pessoas com rinite alérgica normalmente apresentam sintomas quando em contato com os ácaros. Além disso, os sintomas são proporcionais à quantidade de agentes alérgenos. As épocas em que as crises podem piorar são durante o outono e o inverno. Afinal, colocamos em uso roupas e coberturas que ficaram guardadas por muito tempo e podem estar cheias de ácaros.

Da mesma forma, os resfriados são mais comuns nessas estações. Assim, com a inflamação nasal, os mecanismos de proteção são comprometidos, facilitando a entrada dos alérgenos. A asma, doença que consiste em uma inflamação crônica e não contagiosa, afeta vias nasais, causando estreitamento dos brônquios. Por sua vez, a passagem do ar se torna dificultada, comprometendo a respiração do indivíduo.

Os ácaros são seres pioram os sintomas e podem aumentar a inflamação dos brônquios dos asmáticos. Nesse caso, o indivíduo desenvolve a chamada asma alérgica. Ou seja, classificada pela crise que ocorre quando o sistema imunológico considera uma substância inofensiva como perigosa, fazendo com que o corpo tenha reações exageradas para atacar a substância.

Como tratar a alergia a ácaros?

O tratamento ideal para a alergia a ácaros será definido pelo médico individualmente, considerando sintomas, histórico clínico e a avaliação funcional do paciente. Entretanto, de modo geral, prescreve-se alguns medicamentos para alívio rápido dos sintomas e controle das crises. São fármacos de ação anti-inflamatória, também chamados controladores, sendo os corticosteroides inalatórios os principais deles.

Imunoterapia

Em casos de rinite alérgica e asma resultantes da alergia a ácaros, o tratamento pode ocorrer por meio de imunoterapia. Essa é outra forma de melhorar os sintomas, utilizando a técnica em casos que vão desde alergias até cânceres e outras formas de infecção. O principal objetivo dela é reduzir a sensibilidade das pessoas a determinadas substâncias, diminuindo as reações alérgicas e os seus sintomas. A imunoterapia permite que o paciente deixe de ser hipersensível a determinados fatores e passe a ser tolerante a eles, gerando maior qualidade de vida ao indivíduo.

Medidas de controle ambiental

Cada pessoa possui características únicas, portanto, é importante saber identificar a estratégia correta para o quadro específico a fim de controlar os sintomas e melhorar a sua qualidade de vida. Junto aos medicamentos, é possível implementar algumas ações educativas e preventivas. Entre elas, estão:

  • Redução a exposição aos fatores desencadeantes ou agravantes, ou seja, aos ácaros;
  • Limpeza e manutenção de os ambientes para evitar o acúmulo de poeira;
  • Mudança de locais com pouca ventilação e sem incidência de luz do sol, mantendo-os sempre arejados e iluminados;
  • Retirada de cortinas, carpetes, ursos de pelúcia, livros em estantes e caixas em armários;
  • Uso de pano úmido para limpeza, evitando vassouras e aspiradores;
  • Higienização frequente de roupas de cama e travesseiros;
  • Identificação dos sintomas iniciais da crise, controlando-os para que o quadro não evolua;
  • Limpeza de filtros de ar-condicionado;
  • Proteção de sofás e almofadas com capas impermeáveis;
  • Realização de teste para identificar possíveis alergias a determinadas substâncias;
  • Higienização de casacos, blusas, lençóis e cobertores sempre que retirá-los do armário;
  • Prevenção contra gripes e resfriados, dificultando a inalação dos alérgenos;
  • Proteção contra o frio, e mudanças bruscas de temperatura;
  • Manter uma alimentação saudável e fazer controle do peso;
  • Escolher roupas com tecidos que não contribuam para o acúmulo de ácaros, como plumas e lã;
  • Ingestão de líquido;
  • Busca por atendimento assim que os sintomas surgirem.

A alergia a ácaros é muito comum e pode ocorrer facilmente, visto que esses microrganismos estão em diferentes espaços. Por isso, implementar as medidas de controle ambiental é uma importante forma de prevenção, evitando que as manifestações alérgicas aconteçam.

Gostou deste assunto? Confira também a diferença entre rinite e sinusite!