A dermatite atópica é uma doença crônica, não contagiosa e inflamatória. Entre suas características estão lesões na pele, coceira intensa e descamação. Estudos indicam que a dermatite ocorre devido a predisposição genética. Contudo, fatores emocionais e psicológicos estão relacionados ao desenvolvimento dos sintomas.
Além disso, as crises e manifestações da doença podem comprometer a vida do indivíduo em diferentes aspectos, afetando até mesmo suas relações sociais e, consequentemente, gerando impactos emocionais negativos. Para entender melhor este assunto, continue a leitura e confira a relação da dermatite atópica com fatores emocionais e psicológicos.
A relação dos fatores psicológicos e emocionais com doenças de pele
Em muitos casos, a predisposição genética pode estar relacionada às doenças de pele. Entretanto, pesquisas afirmam que, boa parte dos problemas de pele também são desencadeados por fatores psicológicos e emocionais, como pode ocorrer na dermatite atópica. Conforme a Revista ABM, 30% dos problemas de pele acontecem quando o sistema imunológico reage para proteger o corpo de um estresse desencadeado por fatores psicoemocionais.
O cortisol liberado, hormônio produzido em momentos de estresse, pode afetar a pele por meio de processo inflamatório a longo prazo. Desse modo, associa-se o estresse, depressão e ansiedade a sintomas e agravamento de condições como a dermatite atópica, psoríase, rosácea, acne, herpes e vitiligo.
Dermatite atópica e o aspecto emocional
A dermatite atópica é uma doença de pele crônica recidivante e está entre as doenças não-infecciosas mais comuns. Afeta até 20% das crianças e está presente entre 2% a 8% dos adultos. A dermatite costuma desenvolver-se na infância. Contudo, um terço dos casos ocorre já na idade adulta, estando associados a alterações emocionais e psicológicas.
Desse modo, o tratamento da dermatite deve envolver diferentes especialistas, como alergistas, dermatologistas e psicólogos. Afinal, o apoio psicológico é indispensável diante desse diagnóstico visto que, além de estar relacionado ao surgimento das manifestações, o emocional também é afetado diante dos sintomas.
Isso porque, a dermatite é uma doença associada a estigmas, ansiedade e depressão entre pacientes e familiares. Considerando que as alterações emocionais e psicológicas podem intensificar os sintomas, o tratamento deve incluir a saúde mental para melhorar as condições da pele. Além disso, contribui na orientação ao paciente sobre como viver com a doença.
As manifestações da dermatite modificam diversos aspectos da vida do indivíduo. Desde a escolha da roupa adequada até a qualidade do sono, visto que a coceira intensa e lesões podem prejudicar a qualidade de vida, bem-estar e relações familiares e sociais.
Risco para desenvolvimento de outras condições
Desse modo, os fatores emocionais e psicológicos na dermatite atópica não estão relacionados somente ao desenvolvimento dos sintomas e crises, como também podem ser consequência dos próprios sintomas. A privação de sono devido a coceira intensa, cansaço, irritabilidade, desatenção e outras alterações de humor podem acontecer.
Além disso, muitos pacientes sofrem com a baixa autoestima devido às lesões em lugares visíveis, desenvolvendo problemas para se relacionar. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar os sintomas e diminuir a intensidade e frequência das crises, auxiliando na melhora dos aspectos emocionais e psicológicos.
A importância do apoio familiar no tratamento da dermatite atópica
Para que seja possível amenizar os impactos negativos da dermatite atópica na saúde mental do indivíduo, além do tratamento medicamentoso associado à terapia, é importante contar com uma rede de apoio e acolhimento com familiares e amigos. Assim, é possível oferecer um ambiente acolhedor, com pessoas que evitem conversar sobre o corpo e aparência física, e que possam dar suporte emocional e social, despertando a sensação de pertencimento no paciente com dermatite atópica.
Ainda que a rede de apoio seja fundamental, o cuidado com especialistas é indispensável. Assim, o indivíduo deve buscar tratamento em uma clínica de alergologia para o diagnóstico e conduta terapêutica correta. Desse modo, a doença pode ser controlada, melhorando o bem-estar e qualidade de vida.
A terapia medicamentosa como alternativa para as crises
Sem o tratamento para diminuir e evitar os sintomas, a dermatite atópica pode se agravar. Afinal, as feridas na pele muitas vezes descamam devido à coceira intensa, tornando-se entrada para microrganismos, como bactérias. Ainda que a dermatite seja uma condição crônica e que não apresenta cura, pode-se controlar e aliviar os sintomas por meio de tratamentos específicos e cuidados adequados. Essa terapia tem como objetivo o controle da coceira, redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências.
Além disso, infecções secundárias estão associadas, o tratamento inclui antibióticos tópicos ou orais. Na dermatite, a terapia é individualizada. Dessa forma, o especialista deve indicar a conduta ideal após avaliação. Entre os medicamentos mais comuns para esse tratamento estão imunossupressores e anti-histamínicos. Da mesma forma, hidratantes, emolientes e corticoides tópicos. A fototerapia também é uma opção.
As infusões de imunobiológicos são uma alternativa para casos mais graves, que não apresentam resposta ao tratamento convencional. Esse tipo de medicamento contribui para indivíduos que sofrem com efeitos colaterais relacionados aos tratamentos convencionais. Além disso, ajuda na prevenção de hospitalizações e visitas de emergência que podem ocorrer por complicações da dermatite e comorbidades associadas.
A dermatite atópica é uma doença que pode se agravar por fatores emocionais e psicológicos. Da mesma forma, suas manifestações e sintomas podem comprometer a saúde mental do indivíduo. Por esse motivo, o diagnóstico e tratamento são essenciais para melhorar a qualidade de vida e bem-estar físico e psicológico ao indivíduo.
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