Em 23 de setembro celebramos o Dia Nacional da Conscientização da Dermatite Atópica, data que passou a fazer parte do calendário nacional por meio da Lei 14.916, sancionada nesse ano de 2024. A legislação determina que no mês de setembro ocorra a promoção de atividades e conscientização sobre a prevenção e tratamento da doença. A norma prevê campanhas que permitam informar a população sobre essa doença que afeta 7% dos adultos e 25% das crianças no país. A seguir, acompanhe tudo o que você precisa saber sobre esse distúrbio dermatológico.
O que é dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma doença de pele inflamatória crônica e hereditária que se manifesta por meio de coceira e lesões avermelhadas. É uma doença comum em pessoas com familiares que apresentam asma ou rinite alérgica. A patologia pode afetar indivíduos em todas as idades.
No entanto, os sintomas tendem a diminuir com a idade, variando conforme a fase da doença. O acompanhamento médico regular para garantir o tratamento adequado e controle dos sintomas é fundamental, visto que as manifestações podem prejudicar a vida pessoal e profissional, além de poder se agravar por fatores psicológicos e emocionais.
Quais as causas da dermatite atópica?
Ainda não se conhece completamente as causas da dermatite atópica. Entretanto, sugere-se que a predisposição genética e o histórico familiar estejam relacionados ao aparecimento da doença. Isso porque, estudos apontam que um indivíduo em que ambos os pais apresentam a doença apresenta até 70% de possibilidade de desenvolverem a dermatite atópica. Desse modo, entre os principais fatores de risco para a inflamação está o histórico pessoal ou familiar dessa e outras doenças, como alergias ou asma. Além disso, outros fatores podem contribuir para o surgimento da dermatite atópica, como:
- composições químicas adicionadas a loções e sabonetes;
- contato com detergentes e produtos de limpeza em geral;
- alergia a pólen, mofo, ácaros ou a pelo de animais;
- contato com roupas de lã e de tecidos sintéticos;
- calor excessivo e transpirações;
- baixa umidade do ar;
- estresse emocional;
- frio intenso;
- poluição.
Como são os sintomas?
Os sintomas da dermatite tem como características o processo inflamatório da pele. Ou seja, pele ressecada, lesões avermelhadas, coceira intensa, especialmente no período noturno e pele rachada escamosa. Além disso, estão presentes bolhas, inchaço, infecções, feridas abertas com crostas, escurecimento da pele e cicatrizes. Em crianças e bebês, os sintomas costumam manifestar-se no rosto e couro cabeludo.
Já em adultos e idosos, no joelho e cotovelo. Contudo, outras áreas podem ser acometidas pelas manifestações, como mãos, pés, tornozelos, pulsos, pescoço, peito e pálpebras. Os fatores psicológicos e emocionais podem agravar a dermatite atópica devido à reação ao estresse e ansiedade, aumentando os níveis de adrenalina e noradrenalina. Da mesma forma, a liberação de cortisol, hormônio produzido em situações de estresse, pode afetar a pele por meio de processo inflamatório a longo prazo. Assim, associa-se o estresse, depressão e ansiedade aos sintomas e agravamento da dermatite.
Como é o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da dermatite atópica ocorre por meio do laudo clínico e avaliação dos sintomas. Desse modo, o médico considera a localidade das lesões, a intensidade da coceira, a associação com outras doenças e o histórico familiar. Muitas pessoas acreditam que as lesões na pele podem estar relacionadas à dermatite atópica.
Entretanto, outras condições podem levar ao surgimento das erupções cutâneas, tais como psoríase, determinados problemas imunológicos ou, mesmo, outro tipo de dermatite, a de contato. Por isso, devemos ressaltar que o autodiagnóstico é potencialmente nocivo ao paciente, e pode retardar o início do tratamento adequado, levando a novas crises e à perda de qualidade de vida.
SCORAD
Para auxiliar na avaliação médica e permitir que o profissional escolha a melhor conduta diante do diagnóstico, é possível contar com uma ferramenta para avaliar a extensão da dermatite atópica. A Calculadora SCORing de Dermatite Atópica, ou SCORAD. Esse instrumento é um questionário que permite pontuar a gravidade da doença e comparar os resultados ao longo dos dias e meses subsequentes, de modo a observar se houve evolução do tratamento.
Assim, os pacientes com dermatite atópica podem usar o SCORAD com frequência, aplicando-o de forma prática por meio de smartphones, tablets e computadores. Esse teste fornece uma avaliação prática e objetiva da melhora ou piora das lesões, abordando critérios como extensão, intensidade e sintomas subjetivos. A ferramenta de avaliação ajuda o médico a administrar e tratar adequadamente. No entanto, não dispensa consulta com o médico alergista.
Como tratar a dermatite atópica?
O principal problema dessa dermatite atópica é a coceira, visto que a reação pode causar ferimentos e infecções. Assim, o controle desse sintoma torna-se fundamental. Contudo, o tratamento da dermatite atópica visa também diminuir a inflamação da pele e prevenir outras recorrências.
É importante procurar atendimento médico para a identificação e conduta terapêutica correta. O tratamento pode ser feito por meio de medicamentos orais, como corticoides e imunossupressores, além de produtos tópicos. O uso de emolientes e hidratantes é indispensável, visando a hidratação da pele e evitando novos quadros.
Você pôde conhecer um pouco mais sobre a importância do Dia da Conscientização da Dermatite Atópica. A data é indispensável para informar a sociedade sobre a doença, afastando mitos e tabus, e contribuindo para o aumento dos diagnósticos e tratamentos adequados.
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