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Dermatite atópica em idosos: conheça as principais alergias da terceira idade

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Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, às três principais alergias em pessoas acima de 60 anos são a rinite alérgica, a asma e a dermatite atópica em idosos. O órgão também afirma que entre 5% e 10% das pessoas na terceira idade desenvolvem algum tipo de alergia. 

Em geral, são doenças de menor gravidade. Contudo, é importante entender que ainda assim as alergias podem interferir diretamente na saúde e qualidade de vida do indivíduo. A seguir, saiba mais sobre a dermatite atópica em idosos e outras alergias que afetam pessoas nessa faixa etária.

O que é dermatite atópica?

A dermatite atópica em idosos, assim como em indivíduos em outras idades, é um processo inflamatório, crônico e não contagioso, que pode estar associado a outras doenças. Entre elas, a asma, bronquite ou rinite alérgica. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esse tipo de dermatite acomete 7% da população adulta e 25% das crianças do país. 

A doença é causada, entre outros fatores, pela ausência de barreira de proteção da pele, provocando uma perda de água frequente. Comumente, refere-se a um quadro inflamatório que vai e vem, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. 

Principais sintomas

O processo inflamatório da pele na dermatite atópica em idosos apresenta sintomas característicos, como pele ressecada, lesões avermelhadas na pele, coceira (principalmente à noite), pele rachada e escamosa, bolhas e inchaço, feridas, infecção e aparência de pele grossa.

Esses sinais costumam se manifestar no joelho e cotovelo em adultos e idosos, mas podem surgir também em outras áreas, incluindo mãos, pés, tornozelos, pulsos, pescoço, parte superior do peito, pálpebras, entre outras.

Isso porque os sintomas, sobretudo a área envolvida, e o quadro clínico mudam conforme a faixa etária. Sem o tratamento para contenção desses sintomas, o problema pode ser agravado, pois as feridas na pele, que muitas vezes descamam devido à coceira intensa, são como portas abertas para a entrada de bactérias, principalmente para idosos.

Causas

As causas da dermatite atópica ainda não são motivo de consenso na comunidade médica. No entanto, sugere-se que a predisposição genética e o histórico familiar podem ter grande relação com o aparecimento da doença – de fato, conforme estudo, quando ambos os pais são atópicos, seus filhos têm 70% de possibilidade de terem dermatite atópica.

Dessa forma, tem-se que o principal fator de risco para dermatite atópica é o histórico pessoal ou familiar de eczema, alergias, febre do feno ou asma. Entretanto, existem alguns fatores que podem contribuir para o surgimento da dermatite atópica, sendo eles a alergia a: 

  • pólen;
  • mofo;
  • ácaros;
  • pelo de animais; 
  • composições químicas adicionadas a loções e sabonetes; 
  • contato com detergentes e produtos de limpeza em geral; 
  • baixa umidade do ar; 
  • contato com roupas de lã e de tecidos sintéticos; 
  • frio intenso; 
  • calor excessivo e transpirações; 
  • estresse emocional, entre outros.

Diagnóstico 

O diagnóstico da dermatite atópica em idosos é dado a partir do laudo clínico e avaliação dos sintomas, que leva em consideração a localidade das lesões, a intensidade da coceira, a associação com outras doenças e o histórico familiar. 

Embora, ao perceberem as lesões na pele, muitas pessoas acreditam se tratar de dermatite atópica, há outras condições que podem levar ao surgimento das erupções cutâneas, tais como psoríase, determinados problemas imunológicos ou, mesmo, outro tipo de dermatite, a de contato.

Por isso, vale ressaltar que o autodiagnóstico é algo potencialmente nocivo ao paciente, pois pode retardar o início do tratamento adequado, levar a novas crises e à perda de qualidade de vida.

Tratamento

A dermatite atópica em idosos é uma doença que não tem cura. Apesar de o paciente ter de conviver com essa condição a vida toda, é possível viver bem se for realizado o tratamento ideal e se forem tomados os devidos cuidados necessários para evitar crises e aliviar os sintomas característicos.

Desse modo, o objetivo do tratamento visa, sobretudo, o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. Também é importante saber que as infecções secundárias geralmente requerem tratamento com antibióticos tópicos ou orais – ou ambos.

Cada caso deve ser avaliado por um profissional dedicado para que o tratamento específico seja prescrito de modo individualizado. No entanto, de forma geral, são indicados hidratantes, emolientes, corticoides de uso tópico, remédios imunossupressores e anti-histamínicos, já os antibióticos só são indicados se houver infecção bacteriana. Ainda, a fototerapia também pode ser indicada, especialmente para os casos de difícil controle.

Vale ressaltar uma das grandes inovações no tratamento de dermatite atópica: as infusões de medicamentos, também conhecidas como remédios imunobiológicos. Ela surge como uma novidade estimulante para os pacientes de casos mais agravados. 

Ainda, é um alento para aqueles que não têm os resultados esperados com os tratamentos convencionais ou para quem sofre com os efeitos colaterais de tais medicamentos – em um estudo, constatou-se que quase 40% de quem se trata com imunossupressores apresenta reações adversas, tais como a pressão alta.

Outro dos benefícios desse medicamento é ajudar a evitar hospitalizações ou a visita às emergências, decorrentes de agravos nas crises ou de comorbidades – isso é, doenças associadas à dermatite atópica, já que ele ajuda, de modo muito prático, a controlar a doença e seus efeitos nocivos na vida do idoso.

Prevenção de crises de dermatite atópica em idosos

Sabendo o que é dermatite atópica em idosos e conhecendo seus sinais, é possível aliviar os sintomas ou evitá-los, tomando algumas providências e cuidados com a pele, em paralelo ao tratamento farmacológico, como: 

  • identificar fatores de risco que desencadeiam crises;
  • evitar arranhar ou esfregar a pele afetada;
  • tomar banhos rápidos e não muito quentes para não ressecar a pele;
  • secar-se com cuidado após o banho, utilizando uma toalha macia, enquanto a pele ainda está molhada;
  • utilizar sabonetes suaves;
  • manter a pele sempre bem hidratada;
  • dar preferência ao uso de roupas de algodão às de lã ou fabricadas com tecido misto ou sintético;
  • manter o ar circulando no ambiente, deixando portas e janelas abertas;
  • evitar contato com irritantes físicos, como poeira, areia, fumaça, etc;
  • tomar bastante água;
  • utilizar travesseiros de fibra sintética;
  • utilizar protetor solar ultravioleta de amplo espectro.

Principais alergias da terceira idade

Além da dermatite atópica em idosos, outras alergias também acometem essa população com maior frequência, como as alergias respiratórias e alergias de pele. A seguir, confira as principais alergias da terceira idade.

Asma

Durante a primavera o pólen das flores e gramíneas são carregados pelo vento. Desse modo, acabam tornando-se alérgenos nas crises de asma, doença crônica que não apresenta cura. 

A asma é caracterizada pela inflamação das vias aéreas, e mesmo que suas causas não sejam bem definidas, sabe-se que provavelmente são decorrentes da combinação de fatores genéticos e ambientais. 

Nessa alergia respiratória os brônquios ficam inflamados, principalmente ao entrar em contato com fatores desencadeantes que dificultam a respiração, como poeira, poluição, ar frio e fumaça de cigarro.

Ainda que o tratamento seja feito sob orientação médica com o uso de medicamentos controlados para aliviar e prevenir o aparecimento dos sintomas, eles podem estar presentes.

Rinite alérgica

Outra alergia comum entre pessoas da terceira idade é a rinite alérgica. Parecida com um resfriado, a rinite alérgica tem como sintomas diferenciais, coceira no nariz, olhos e garganta, além disso, seus sintomas são mais persistentes do que um resfriado comum. 

A variação climática da primavera e a poluição acabam piorando os sintomas dessa alergia respiratória. Sabe-se também que um indivíduo com rinite é geneticamente predisposto se um dos pais for alérgico, aumentando as chances em até 30%. Caso os dois pais possuam a rinite alérgica, a criança tem até 80% de chances de também desenvolver a doença.

Urticária

A urticária é uma irritação cutânea manifestada a partir de lesões avermelhadas e levemente inchadas. Essas lesões costumam ocasionar coceiras bastante intensas, o que, sem o tratamento adequado, tende a prejudicar bastante a qualidade de vida e a rotina do indivíduo.

 A condição apresenta diferentes origens e níveis de intensidade. Por exemplo, ela pode se manifestar a partir do consumo de um determinado alimento que provoque reação adversa, do contato com temperaturas baixas ou até mesmo não ter uma causa detectada. 

Alergia nos olhos

A alergia nos olhos é algo muito comum. O problema atinge, em especial, pessoas que já sofrem com outras alergias, como rinite, asma ou alergias de pele, e está relacionado com a predisposição do organismo a reações alérgicas.

Podemos definir a alergia nos olhos como uma resposta do sistema imunológico ao alérgeno, ou seja, substância que pode induzir uma reação de hipersensibilidade em algumas pessoas.

Os alérgenos costumam ser substâncias inofensivas que causam problemas para pessoas predispostas às reações alérgicas. As substâncias transportadas pelo ar e que mais comumente causam alergia nos olhos são pólen, mofo, poeira e pelos de animais.

Além disso, as alergias podem ser causadas por reações a certos tipos de cosméticos ou colírios. Já alergias alimentares e reações alérgicas às picadas de abelha ou demais insetos não afetam os olhos de forma tão severa, como os alérgenos transportados pelo ar. De forma geral, a alergia nos olhos é mais comum em pessoas que já apresentam uma alergia respiratória, como sinusite ou rinite, consequência também de:

  • contato com pelo de cachorro, gato ou outros animais;
  • exposição ao pólen, poeira ou fumaça de cigarro;
  • contato com mofo;
  • cheiros fortes, como perfumes e incensos;
  • consumo de alguns alimentos.

Alergia a medicamentos

Por fim, mas não menos importante, a alergia a medicamentos é uma condição em que o sistema imunológico reage a um remédio como se fosse uma substância estranha e nociva, de modo a produzir anticorpos para tentar combater e eliminar essa substância do corpo. Essa ação resulta no surgimento dos sintomas alérgicos.

A alergia a medicamentos pode causar sintomas que surgem em poucos minutos após a administração da droga, seja ela de uso tópico, oral ou intravenoso. Entre as reações mais comuns estão a coceira, vermelhidão dos olhos, lacrimejamento, inchaço de rosto e garganta, tontura e desmaio. 

É importante que, diante dos sinais e sintomas que indicam a alergia a medicamentos, a pessoa seja encaminhada rapidamente ao hospital. Assim, é possível que as condutas necessárias sejam tomadas, evitando casos mais graves, em que a reação do sistema imune pode colocar a vida da pessoa em risco.

Os sintomas da alergia a medicamentos podem ocorrer poucos minutos após a administração, ou mesmo demorar até 1 hora para se manifestarem. A gravidade destes sintomas pode variar de acordo com a sensibilidade do sistema imunológico do indivíduo. Entre os sintomas mais leves da alergia a medicamentos, estão: 

  • Coceira e vermelhidão da pele ou em todo o corpo;
  • Febre acima de 38ºC;
  • Coriza e sensação de nariz escorrendo;
  • Olhos vermelhos, lacrimejando e inchados;
  • Dificuldade para abrir os olhos.

No entanto, algumas pessoas podem apresentar maior sensibilidade a certos medicamentos, fator que causa uma resposta intensa do sistema imunológico, como o choque anafilático. Essa reação pode colocar a vida do indivíduo em risco. Seus sintomas mais graves, são:

  • dificuldade para respirar;
  • inchaço da língua ou da garganta;
  • confusão mental;
  • tontura;
  • sensação de desmaio; 
  • náuseas;
  • diarreia;
  • aumento dos batimentos cardíacos.

Quando sinais e sintomas como estes estão presentes, é fundamental que o socorro seja realizado rapidamente. A pessoa deve ser encaminhada rapidamente a um hospital para que a conduta adequada seja realizada com rapidez, evitando assim que o sistema imunológico cause danos à vida, aliviando os sintomas e restaurando o bem-estar.

Prevenção de alergias em idosos

É fundamental adotar medidas de prevenção para evitar crises alérgicas em idosos. Dessa forma, é possível evitar a necessidade de atendimento ambulatorial, consultas e tratamentos com novos medicamentos. Por isso, listamos algumas ações preventivas que podem ajudar.

Lavar roupas e cobertores

Cobertores, mantas e casacos costumam ficar guardados por muito tempo, voltando a circulação durante as épocas mais frias. Esse momento requer grande atenção dos alérgicos, portanto, é fundamental investir na boa limpeza das peças para evitar o contato com ácaros, poeira e até fungos acumulados.

Evitar poeira em casa

Pessoas alérgicas devem manter a casa sempre limpa e longe de poeira, ácaros, e substâncias que possam se tornar alérgenos. Tenha uma rotina de higienização e mantenha o lugar sempre arejado. 

Evitar o uso de alguns tecidos

O organismo dos alérgicos tem alguns tecidos como inimigos, por isso, é preciso evitar o uso de certas roupas no outono, como lãs, veludos e sintéticos, preferindo sempre tecidos como o algodão, capazes de aquecer sem agredir o organismo.

Manter uma boa alimentação

Uma boa alimentação é o segredo para uma vida saudável e uma das recomendações para aqueles que buscam se prevenir das alergias também na terceira idade. Adotar uma dieta balanceada, rica em sais minerais, proteínas e vitaminas, é extremamente importante para que o organismo possa manter-se forte e protegido contra a ação dos alérgenos. 

Além disso, o consumo de água deve ser intenso, deixando o corpo hidratado e saudável. Contudo, é importante evitar o exagero no consumo de alimentos a que não se está acostumado, reduzindo as chances de desencadear alergias alimentares. 

Evitar contato com agentes alérgenos

Outra forma de aliviar o aparecimento da alergia em idosos é evitar contato com agentes alérgenos, como flores, árvores e jardins, utilizar óculos de sol para diminuir o contato do pólen com os olhos, secar roupas ao sol, evitar tapetes, carpetes e pelúcias, e evitar ambientes com ar-condicionado.

Controlar o uso de medicamentos

Controlando o uso de medicamentos, utilizando somente aqueles prescritos pelo médico, é possível evitar interações e reações alérgicas medicamentosas, responsáveis por graves danos à saúde.

Tratamento para alergias em idosos

O tratamento para alergias em pessoas na terceira idade não é diferente nas demais faixas etárias. No entanto, na maioria das vezes, os idosos apresentam outras doenças associadas à alergia. Por isso, é muito importante ter cuidado com os medicamentos para o tratamento, assegurando o melhor resultado sem complicações.

Para identificar e tratar a dermatite atópica em idosos e outras alergias, é fundamental que o indivíduo procure uma clínica especializada, com profissionais qualificados para o diagnóstico adequado.

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